O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou, nesta quinta-feira (20/11), que recebeu de Washington o esboço de um novo plano de paz elaborado pelo governo Donald Trump e apresentado por uma delegação de alto nível dos Estados Unidos em Kiev. Segundo ele, a proposta americana será analisada tecnicamente, mas só avançará se garantir uma “paz verdadeira, digna e duradoura” para a Ucrânia.
Em discurso, Zelensky destacou que a delegação dos EUA expôs “os pontos de um plano para o fim da guerra”, e que a Ucrânia deixou claros seus princípios fundamentais: soberania, independência e garantias que impeçam uma terceira invasão russa.
“Defendemos uma posição simples desde o primeiro dia: a Ucrânia precisa de paz. Uma paz que não possa ser quebrada. Uma paz que respeite a dignidade do nosso povo”, afirmou.
O ucraniano afirmou ainda que as equipes de Kiev e de Washington trabalharão juntas para avaliar as propostas. “Estamos preparados para um trabalho honesto e claro. Não faremos declarações contundentes agora. Queremos que tudo seja genuíno.”
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Conversas com Trump e Europa
Zelensky confirmou que mantém diálogo constante com líderes europeus e que espera falar com Donald Trump “nos próximos dias” sobre as “oportunidades diplomáticas existentes”. “Temos plena consciência de que a força e o apoio dos Estados Unidos podem realmente aproximar a paz, e não queremos perder isso”, afirmou.
O presidente ucraniano reiterou novamente que Moscou não demonstra qualquer intenção real de encerrar a guerra. “Se quisesse paz, não teria começado esta guerra. A Rússia tenta apenas ganhar tempo.”



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O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fala com a imprensa antes da cúpula da União Europeia, na Bélgica
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Trump e Zelensky
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Putin e Trump no Alasca em agosto de 2025
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Encontro entre Trump e Putin teve várias pautas
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Exigências polêmicas do plano
Segundo reportagens internacionais, o plano discutido pelos EUA inclui concessões territoriais amplas à Rússia, como reconhecimento de sua soberania sobre a Crimeia, Donbass e outras áreas ocupadas. Além de limitações severas ao Exército ucraniano, como redução de efetivo e proibição de armas de longo alcance.
A proposta prevê ainda uma zona desmilitarizada e o levantamento de sanções contra Moscou. Muitos pontos, porém, já foram rejeitados anteriormente tanto pela Ucrânia quanto pela Rússia.
A elaboração do plano estaria sendo conduzida pelo enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, em conjunto com o negociador russo Kirill Dmitriev, sem participação europeia e inicialmente sem envolvimento direto de Kiev.




