As catequinas são compostos naturais presentes em grande concentração no chá verde, e têm ganhado destaque na ciência e no universo da saúde por seus efeitos no metabolismo, no cérebro e na prevenção de doenças crônicas. Para entender melhor como funcionam, conversamos com Thiago Viana, médico do esporte, nutrólogo e ortopedista, membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e de outras entidades científicas nacionais e internacionais.
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O que são as catequinas?
“As catequinas são um tipo de polifenol, ou seja, compostos naturais encontrados em plantas com ação antioxidante. No caso do chá verde, elas representam os principais componentes bioativos”, explica o especialista.

Segundo Thiago, existem quatro variações principais:
- Epicatequina (EC)
- Epicatequina galato (ECG)
- Epigalocatequina (EGC)
- Epigalocatequina galato (EGCG)
A EGCG é a mais abundante, e a mais estudada por seus efeitos sobre diferentes áreas da saúde.
Quais são os benefícios gerais para a saúde?
“Diversos estudos mostram que as catequinas ajudam a combater radicais livres que danificam as células. Elas também regulam o metabolismo, auxiliam no controle do peso, contribuem para a saúde cardiovascular e podem até exercer efeitos protetores contra alguns tipos de câncer”, explica o médico.
Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition (2009) apontou que o consumo de catequinas pode reduzir gordura corporal e circunferência abdominal em pessoas com sobrepeso.



Acelera o metabolismo e a queima de gorduras, aumentando o gasto energético
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A L-teanina promove relaxamento e reduz ansiedade, sem causar sonolência
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Combate radicais livres com catequinas (EGCG) e polifenóis, prevenindo o envelhecimento celular e doenças crônicas
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Equilibra a flora intestinal e auxilia na digestão
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Contribui para a saúde do coração e vasos sanguíneos.
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Fortalece o sistema imunológico
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A cafeína e a L-teanina melhoram o desempenho cognitivo e o estado de alerta
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Pode ajudar na prevenção de doenças neurodegenerativas como Alzheimer
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Ação anti-inflamatória
Sim, essa é uma das principais propriedades, e ocorre de forma significativa. As catequinas reduzem a produção de citocinas inflamatórias como IL-6 e TNF-α, frequentemente elevadas em doenças crônicas.
“Essa modulação ajuda a combater inflamações silenciosas que favorecem quadros como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas”, explica o especialista.
Como as catequinas atuam no cérebro?
As catequinas conseguem atravessar a barreira hematoencefálica e exercer efeitos neuroprotetores. Dessa forma, elas exercem as seguintes funções:
- Aumentam a circulação cerebral;
- Reduzem a inflamação no sistema nervoso;
- Diminuem o estresse oxidativo;
- Estimulam novas conexões entre neurônios.
Um estudo da Journal of Nutritional Biochemistry (2012) mostrou que a EGCG pode proteger neurônios contra danos e favorecer a formação de novas sinapses, mecanismos importantes na prevenção de doenças como Alzheimer e Parkinson. Pesquisas também indicam melhora de atenção e memória de curto prazo após o consumo da bebida.
E quanto à saúde do coração?
Os benefícios também se estendem ao sistema cardiovascular. Segundo Thiago, as catequinas reduzem o LDL oxidado, melhoram a função endotelial, ajudam a baixar a pressão arterial e diminuem a agregação plaquetária, reduzindo o risco de coágulos.
Um estudo do Archives of Internal Medicine (2006), com mais de 40 mil adultos japoneses, encontrou associação entre o consumo regular de chá verde e redução da mortalidade por doenças cardiovasculares.

Chá verde todos os dias?
Há contraindicações! O consumo moderado é seguro para a maior parte das pessoas. Porém, o médico alerta:
“O consumo moderado está liberado para a maioria das pessoas e pode, inclusive trazer benefícios. No entanto, é importante evitar o excesso. Doses muito altas, especialmente em forma de suplementos concentrados de catequinas, podem sobrecarregar o fígado.”
Além disso, precisam de cautela:
- pessoas sensíveis à cafeína;
- indivíduos com problemas gastrointestinais;
- quem tem anemia ferropriva;
- usuários de anticoagulantes.
“O ideal é sempre avaliar individualmente com um profissional de saúde”, diz o especialista.
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