A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), afirmou à coluna que o governo federal estruturou um programa de Inteligência Artificial que tem como prioridade reduzir a dependência do Brasil em relação a tecnologias estrangeiras e diminuir os riscos de espionagem digital.
A iniciativa envolve o desenvolvimento de modelos avançados de IA operados com dados nacionais e infraestrutura própria, voltados à proteção de informações estratégicas e ao uso em serviços públicos.
Batizado de SoberanIA, o projeto foi lançado esta semana pelo administração Lula em parceria com o Governo do Estado do Piauí, durante o Encontro Nacional de Inteligência Artificial, em Brasília. A proposta é considerada pelo Planalto um passo estratégico para ampliar a autonomia tecnológica do país e reforçar a segurança de sistemas críticos.
Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia, concede entrevista ao Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
@hugobarretophoto
Presidente Lula
Divulgação/YouTube Lula
MCTI
Pedro França/Agência Senado
Segundo a ministra, o SoberanIA se insere em uma estratégia mais ampla de soberania nacional. “A soberania digital transcende a questão da defesa contra a espionagem; ela é um pilar fundamental para a independência econômica e para a preservação dos dados e da cultura do Brasil na era digital”, afirmou Luciana Santos à coluna.
Entre as funções do programa estão a proteção do país contra práticas de espionagem e o acesso indevido a informações sensíveis, reduzindo a exposição do Brasil a plataformas controladas por empresas e governos estrangeiros. O uso de infraestrutura própria e bases de dados nacionais é apontado pelo MCTI como uma forma de limitar riscos de vazamentos e de vigilância externa.
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Para viabilizar a iniciativa, o ministério anunciou um aporte inicial de R$ 25 milhões. De acordo com Luciana Santos, o SoberanIA e o programa IA Para Bem e Todos foram incluídos nos planos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o que garante financiamento estruturado ao projeto.
A ministra informou ainda que, das 54 ações governamentais previstas na política de ciência e tecnologia, 46% já foram entregues, com R$ 6,4 bilhões investidos até o momento.
