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    A sombra do pai: Como Flávio virou a única aposta real da oposição

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    A nova rodada de pesquisas da Quaest, divulgada nesta segunda-feira (16/12), traz um balde de água fria para as pretensões do “centrão” e da direita moderada visando a eleição presidencial de 2026. Segundo os dados analisados pelo jornalista Ricardo Noblat, o senador Flávio Bolsonaro (PL) consolidou-se como o herdeiro mais viável do capital político de Jair Bolsonaro, superando com folga nomes como Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior.

    O cenário do primeiro turno

    Nos recortes de primeiro turno, Flávio Bolsonaro demonstra uma capacidade de transferência de votos superior à de seus potenciais aliados. Em um dos cenários, enquanto o presidente Lula lidera com 39%, Flávio aparece com 23%, deixando Ratinho Júnior (PSD) com 13%. Em outra simulação, o senador mantém os 23% contra apenas 10% de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Nomes como Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil) registraram desempenhos ainda mais baixos, reforçando a tese de que, no momento, a direita “só tem um nome” competitivo com voto popular.

    Desafios no segundo turno e rejeição

    Apesar da força no campo da direita, o caminho para uma vitória é desafiador. Em todas as simulações de segundo turno, o presidente Lula mantém uma vantagem consistente de cerca de 10 pontos percentuais contra qualquer adversário. Contra Flávio, o placar seria de 46% a 36% a favor do atual mandatário.

    O principal obstáculo para o filho do ex-presidente é o seu alto índice de rejeição. De acordo com a Quaest, 62% dos entrevistados afirmam que não votariam em Flávio Bolsonaro “de jeito nenhum”. Além disso, 54% dos brasileiros acreditam que Jair Bolsonaro errou ao indicar o próprio filho como o candidato do grupo para 2026.

    A análise destaca que a direita e o centrão estão em alerta, pois o eleitorado conservador continua fiel ao sobrenome Bolsonaro, preterindo gestores que eram vistos como alternativas mais moderadas e com menor rejeição.