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    Aliado vê carta de Bolsonaro sobre Flávio como resposta a dois grupos

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    Amigo dos filhos de Jair Bolsonaro (PL), o deputado estadual Paulo Mansur (PL-SP) vê a carta do ex-presidente chancelando a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República como uma resposta a dois grupos políticos.

    “Primeiro, àqueles que alimentavam a desconfiança de que o Flávio Bolsonaro teria forçado algum movimento. E segundo, aos que torciam contra, apostando em divisão ou enfraquecimento interno”, disse Mansur ao Metrópoles.

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    Para o deputado estadual, o apoio de Jair Bolsonaro ao filho 01 “é absolutamente natural”, já que Flávio, segundo Mansur, está “à altura do desafio”. A carta de Jair a Flávio, liga nesta quinta-feira (25/12) em frente ao hospital onde o ex-presidente está internado para uma cirurgia, reforça o empenho da militância bolsonarista para 2026 em torno do nome do senador.

    “A carta não cria um fato novo, mas consolida o que já vinha sendo construído: reforça o empenho, dá clareza ao campo político e encerra especulações que só interessavam a adversários”, afirma Mansur. “Para nós, aliados, é um gesto de unidade, de maturidade e de responsabilidade com o futuro do Brasil”, completa.

    No fim de novembro, Mansur se reuniu com Eduardo Bolsonaro no Texas (EUA). Na semana seguinte, o deputado estadual homenageou o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL-RJ) com uma honraria na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no mesmo dia em que o colunista Paulo Cappelli revelou que Flávio havia sido o escolhido pelo pai para concorrer ao Planalto no ano que vem.

    Embora tenha ido a São Paulo na mesma data, Flávio Bolsonaro não participou da homenagem que se estendeu até quase 23h. O senador estava na capital paulista para comunicar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) da escolha feita pelo pai.

    Entorno de Tarcísio mantém esperança

    No entorno de Tarcísio, muita gente ainda acredita que o governador poderá concorrer à Presidência em 2026. Tarcísio aproveitou a pré-candidatura de Flávio para se resguardar, viajará aos Estados Unidos para curtir férias até o início de janeiro, mas já deu vários sinais que toparia a empreitada presidencial no próximo ano.

    No cenário em que Tarcísio concorra ao Planalto, uma disputa se abriria pela sucessão do governador em São Paulo. Um dos nomes cotados para essa briga conversou sob reserva com o Metrópoles.

    Ele vê a carta como uma “narrativa de injustiça” que serve para manter o legado de Bolsonaro e a militância bolsonarista engajada. A pré-candidatura de Flávio, segundo essa fonte, teria o mesmo objetivo, mas com “chance mínima de êxito”.

    Na visão desse político, a rejeição do senador seria maior do que a de Jair Bolsonaro, por passar a ideia de uma “capitania hereditária” do capital político do ex-presidente.

    “A carta é um ato de sucessão política. Chances mínimas de vitória”, resume.