Alvo da nova fase da operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (18/12), a lobista Roberta Luchsinger tinha uma tatuagem de “melhores amigas” com Renata Abreu Moreira, mulher de Fábio Luís Lula da Silva, o “Lulinha”.
“Minha bff e eu eternizadas na pele e no coração! Love u”, escreveu Roberta Luchsinger em uma publicação no Instagram no dia 30 de março de 2024. “Bff” é a sigla para “best friends forever”, ou “melhores amigas para sempre”.
O nome de Roberta Luchsinger é citado 20 vezes na decisão judicial que autorizou a operação. O despacho é do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Já Fábio Luís não é alvo da ação.
Neta de um ex-acionista do banco Credit Suisse, Roberta foi uma das principais doadoras da campanha de Lula em 2022. Segundo um colaborador da PF, ela teria intermediado a relação entre o filho do presidente e o Careca do INSS na prospecção de um negócio de venda de canabidiol para o Sistema Único de Saúde.
Para a PF, Luchsinger é “integrante vinculada ao núcleo político da organização criminosa liderada por Antônio Carlos Camilo Antunes”. A corporação pediu o monitoramento dela com tornozeleira eletrônica, mas a medida foi negada por Mendonça. Alternativamente, o ministro determinou a entrega do passaporte e a proibiu de deixar o país.
“Sua atuação se revela essencial para a ocultação de patrimônio, movimentação de valores e gestão de contas bancárias e estruturas empresariais utilizadas como instrumentos da lavagem de capitais”, diz um trecho da decisão de André Mendonça.
Na decisão, André Mendonça reproduziu um áudio de WhatsApp de Roberta para o Careca do INSS, no qual ela faz menção direta a Lulinha. “Na época do Fábio falaram de Friboi, de um monte de coisa o (sic) maior… igual agora com você”, diz ela na mensagem de 5 de maio de 2025.
A referência é a um boato que circulou na internet em 2015, atribuindo falsamente a Lulinha a propriedade da marca de carnes Friboi. Na verdade, a Friboi pertence ao frigorífico JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista.
