O Procon-SP pediu explicações da Enel, distribuidora de energia elétrica da Grande São Paulo, sobre a demora no restabelecimento de energia elétrica e sobre os planos de contingência para comércios de produtos perecíveis e clientes críticos que precisam de equipamentos de saúde, nesta quinta-feira (11/12). A notificação acontece após a área de concessão da empresa registrar mais de 2 milhões de imóveis sem luz.
De acordo com o órgão fiscalizador, a medida considera reclamações de diversos consumidores, que contradizem a efetividade prometida pela empresa. O Procon-SP afirma que imagens de garagens da Enel mostram diversos veículos estacionados, indicando que não há equipes em grande quantidade pelas ruas.
“Considerando manifestações anteriores da empresa, inclusive em publicidade, de que possui milhares de equipes de campo trabalhando, o Procon-SP busca verificar a efetividade desta medida, considerando as manifestações de consumidores que reclamam da demora na retomada do fornecimento de eletricidade”, afirmou.
O pedido exige esclarecimentos da concessionária sobre a estrutura de atendimento aos consumidores para registro de reclamações, além de detalhamento sobre os planos de contingência para comércios de produtos perecíveis e clientes críticos que precisam de equipamentos de suporte à vida.
Procurada pelo Metrópoles, a Enel ainda não se pronunciou sobre o assunto. O prazo para a companhia responder à notificação é de 6 dias.
Arsesp também monitora Enel
Em nota enviada à reportagem, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), informou que também monitora a interrupção e o restabelecimento do fornecimento de energia elétrica no estado de São Paulo. As agências estadual e federal acompanham presencialmente, na sede da Enel, as ações de restabelecimento elétrico na capital paulista.
No boletim emitido às 10h desta quinta-feira, mais de 1,6 milhão de clientes estavam com o fornecimento de energia interrompido em todo o estado, sendo 1,5 milhão apenas na região metropolitana.
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A atuação da Arsesp ocorre conforme o convênio firmado com a Aneel, com foco no monitoramento e acompanhamento das ações de restabelecimento do fornecimento de energia elétrica às unidades consumidoras afetadas pelos eventos climáticos.
Reclamação por falta de energia elétrica
Nos casos de falta de energia prolongada e decorrentes prejuízos (como queima de eletrodomésticos ou perda de alimentos), o órgão orienta que o procedimento correto começa com a reclamação direta na concessionária. O consumidor deve registrar a ocorrência e, se aplicável, o pedido de ressarcimento por danos, guardando todos os números de protocolo e documentando a situação com fotos, por exemplo.
Se a concessionária falhar em responder ou oferecer uma solução insatisfatória dentro do prazo estabelecido pela Aneel, o consumidor deve recorrer ao Procon-SP. O órgão atua como um mediador e fiscalizador, pois, ao receber a reclamação, pode notificar a Enel exigindo uma solução imediata e a reparação dos danos.
