Moradores de São Paulo e de cidades da região metropolitana saíram às ruas para protestar contra a Enel e a falta de energia elétrica. Após dias de tempestades e os efeitos de um ciclone extratropical, cerca de 365 mil imóveis atendidos pela concessionária continuavam sem luz até a tarde deste sábado (13/12).
Na rua Bom Pastor, no bairro do Ipiranga, zona sul da capital, os moradores só finalizaram o protesto após um caminhão da Enel ir até o local e restabelecer o serviço.
Ao Metrópoles, a estudante Isabella Hashimoto contou que estava sem luz desde quarta-feira (10/12) e que funcionários da concessionária já haviam visitado a região, mas alegaram que uma árvore atrapalhava o serviço. Ela disse que a energia na rua voltou às 15h20 deste sábado, mas outros pontos do bairro continuavam no escuro.



Funcionários da Enel restabelecem energia no Ipiranga, zona sul de São Paulo, após protesto de moradores
William Cardoso/Metrópoles
Funcionários da Enel restabelecem energia no Ipiranga, zona sul de São Paulo, após protesto de moradores
William Cardoso/Metrópoles
Funcionários da Enel restabelecem energia no Ipiranga, zona sul de São Paulo, após protesto de moradores
William Cardoso/Metrópoles
Funcionários da Enel restabelecem energia no Ipiranga, zona sul de São Paulo, após protesto de moradores
William Cardoso/Metrópoles
Funcionários da Enel restabelecem energia no Ipiranga, zona sul de São Paulo, após protesto de moradores
William Cardoso/Metrópoles
A jovem, que tem um restaurante de culinária japonesa com a família, teve prejuízo de aproximadamente R$ 1.500 em produtos como congelados e peixes por causa do apagão. Na sexta-feira (12/12), “cansada de perder mercadorias”, ela gastou outros R$ 1.500 para comprar um gerador.
Sexta-feira de protestos
A onda de protestos começou na sexta-feira, quando algumas regiões já acumulavam mais de três dias no escuro. Na Bela Vista, região central da capital, moradores se reuniram no final da tarde contra a Enel. Até este sábado, a energia ainda não tinha sido restabelecida. Sem eletricidade, o fornecimento de água também foi interrompido.



Protesto contra a Enel em Cotia, na Grande SP
Reprodução
Protesto contra a Enel no Grajaú, zona sul de São Paulo
Reprodução
Protesto contra a Enel no Jardim Miriam, zona sul de São Paulo
Reprodução/@foconojardimmiriam
Protesto contra a Enel no bairro Bela Vista, região central de São Paulo
Reprodução
Protesto contra a Enel na avenida Escola Politécnica, zona oeste de São Paulo
Reprodução
Manifestantes fecham a rodovia Anhanguera em protesto contra a Enel em Cajamar
Reprodução/@vivaabc_
Outro protesto, com cerca de 40 pessoas, foi organizado na avenida Escola Politécnica, zona oeste da capital. Moradores atearam fogo e bloquearam um dos sentidos da via.
O mesmo aconteceu no Grajaú, zona sul. “Três dias já sem luz. Os caras da Enel passam aqui e não fazem nada”, denunciou um morador durante o protesto, também na sexta-feira. “Vamos ver se agora eles resolvem. Vamos ver se vão ver a gente aqui”, disse. Em seguida, ele ameaçou “travar” o outro lado da via, caso a concessionária não resolvesse o problema.
Manifestações também foram registradas em Pirituba, na zona norte, onde moradores interditaram a Estrada do Sabão e a rua Elísio Teixeira Leite. No Jardim Miriam, zona sul, a população interrompeu o trânsito e pintou frases de protesto no asfalto.
A mobilização também aconteceu em municípios da Grande São Paulo, como Itapevi, onde moradores atearam fogo em pneus e fecharam uma das principais vias de acesso ao bairro Amador Aguiar.
Em Cotia, o bloqueio aconteceu na Estrada da Represinha, entrada do bairro Quinta dos Angicos; e em Santo André, no bairro Jardim Clube de Campo. Já em Cajamar, a rodovia Anhanguera foi fechada. Em Embu das Artes, também na região metropolitana, o protesto foi feito pelo prefeito Hugo Prado (Republicanos), que acampou na frente de um prédio da Enel.
Mais dias no escuro
A Enel afirmou, na manhã deste sábado ,que pretende restabelecer o fornecimento de energia para os afetados pelo apagão até o fim deste domingo (14/12). A informação veio após a Justiça ter determinado, na noite dessa sexta, que a companhia resolva a situação de todos os consumidores em até 12 horas, sob pena de multa de R$ 200 mil por hora.
A empresa afirma que o vendaval que atingiu a área de concessão foi o mais prolongado já registrado na região e que, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), desde o início das medições, em 2006, “é a primeira vez que a estação meteorológica Mirante de Santana registra uma sequência tão prolongada de ventos superiores a 70 km/h na cidade de São Paulo”.
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“As condições meteorológicas adversas impactaram significativamente as operações de restabelecimento, pois as rajadas contínuas causaram novas interrupções enquanto as equipes trabalhavam para religar os clientes”, afirma a concessionária.
A companhia também diz que, desde a manhã de quarta-feira, mobilizou número recorde de equipes em campo, chegando a quase 1,8 mil times ao longo da quinta. “Com as conexões e religamentos realizados até agora, a empresa conseguiu restabelecer o serviço para cerca de 3,1 milhões de clientes afetados pelo vendaval, utilizando sistemas de automação e com o trabalho intensivo das equipes em campo”, afirma.







