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Após cerco naval, Trump indica o que realmente quer da Venezuela

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Após cerco naval, Trump indica o que realmente quer da Venezuela

Durante a última corrida presidencial nos Estados Unidos, Donald Trump revelou uma de suas frustrações após não ter sido reeleito presidente do país em 2020: não ter conseguido acesso ao petróleo da Venezuela, país que possuí as maiores reservas do combustível fóssil ao redor do mundo. O que, diante das últimas declarações, parece ter voltado à sua agenda de governo.

Cerco contra a Venezuela

Na época, a Venezuela tentava sair de uma crise interna, após o opositor de Nicolás Maduro, Juan Guaidó, apoiado pelos EUA e boa parte da comunidade internacional, se autoproclamar presidente da Venezuela após eleições contestadas internacionalmente.

“Quando eu saí, a Venezuela estava prestes a colapsar”, disse Trump durante um evento do Partido Republicano em 2023. “Nós teríamos tomado o país e pegado todo aquele petróleo. Seria ótimo”.

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Menos de três anos depois da polêmica declaração, o petróleo venezuelano voltou ao centro das atenções de Trump. Dias depois de um navio petroleiro ser apreendido na Venezuela, e do anúncio do cerco naval contra o país, o líder norte-americano passou a acusar Maduro de roubar o combustível dos EUA.

Além disso, o líder norte-americano também ligou o petróleo a um possível enriquecimento ilícito do presidente da Venezuela e aliados. Um dinheiro que, segundo o líder norte-americano, está sendo empregado em atividades criminosas como “o terrorismo de drogas, o tráfico humanos, o assassinato e o sequestro”.

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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Scott Olson/Getty Images2 de 4

Trump e o chefe do Pentágono, Pete Hegseth

Anna Moneymaker/Getty Images3 de 4

Nicolás Maduro

Jesus Vargas/Getty Images4 de 4

Maduro e Trump

Arte/Metrópoles

Para analistas ouvidos pelo Metrópoles, porém, as declarações de Trump não possuem dados ou provas concretas

“Essa acusação de roubo tem uma base muito frágil, que são as sanções impostas unilateralmente pelos Estados Unidos contra a Venezuela, que começaram ainda na gestão de Barack Obama, mas passaram a atingir o setor petroleiro da Venezuela no primeiro governo Trump, e atualmente, em sua segunda administração.”, explica Carolina Pedroso, professora de Relações Internacionais da Unifesp e especialista em política da América Latina e Estados Unidos. “Com isso, Trump demonstra que está disposto a aumentar os níveis de tensão para sustentar sua narrativa, que é majoritariamente direcionada para o público interno, e para produzir ainda mais pressão sobre o regime de Maduro, mas de um modo que não seja necessário uma intervenção militar direta, cujos custos seriam altos e os resultados imprevisíveis”, acrescenta.

Mesmo com o cenário incerto, uma informação revelada pelo jornal norte-americano Politico mostra que Trump já tem feito articulações com empresas petrolíferas dos EUA.

De acordo com a publicação, a administração republicana teria buscado empresas petroleiras do país, e questionado se existe o interesse das mesmas em retomar operações na Venezuela caso Maduro deixe o poder. Trump, contudo, teria ouvido um “não” do setor, que enxerga muitos riscos econômicos envolvidos na operação.

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