O presidente da Argentina, Javier Milei, prestou apoio às ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a Venezuela, durante discurso na 67ª Cúpula de chefes de Estado do Mercosul, em Foz do Iguaçu, neste sábado (20/12).
A declaração ocorreu horas após o anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticar a presença militar norte-americana na região.
Em sua fala, o titular da Casa Rosada chamou o ditador Nicolás Maduro de “narcoterrorista”, tal como Trump o chama, e classificou o regime como “ditadura atroz e inumana”. Ele também elogiou a “pressão” de Trump sobre o país sul-americano.
“A Argentina acolhe com satisfação a pressão dos Estados Unidos e de Donald Trump para libertar o povo venezuelano. O tempo da timidez nesta questão já passou”, disse o presidente argentino.
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Mais cedo, na abertura do encontro, Lula demonstrou preocupação com o acirramento nas tensões entre os países. Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, o petista afirmou que os movimentos militares “assombram” a região e uma eventual intervenção armada na Venezuela seria uma “catástrofe humanitária”.
“Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas [da Inglaterra contra a Argentina], o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados”, frisou Lula.
“Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, completou o chefe do Planalto.
Desde agosto, a Casa Branca tem ampliado o cerco militar na América Latina sob a justificativa de combater o tráfico de drogas na região. A ofensiva inclui o posicionamento de navios de guerra no Mar do Caribe e o bombardeio a embarcações, com dezenas de mortos. Lula, por outro lado, defende uma solução pacífica para o conflito.
