Com 25 anos, o bailarino Gustavo Fagundes, nascido na zona leste de São Paulo, tornou-se o primeiro brasileiro contratado pela Universal Studios. Após um processo seletivo rigoroso, ele foi aprovado entre 7 mil candidatos para integrar o time de artistas dos estúdios de Beijing, na China.
Ao Metrópoles, Gustavo contou que já pretendia seguir carreira com a dança desde pequeno. Ainda menino, ele se apresentava nas festas de família, eventos na escola, rodas de dança no bairro e competições.
“Na minha memória, eu não me recordo de um momento em que eu não dançava. Quando cresci e vi pela primeira vez os DVDs do Michael Jackson, enxerguei a primeira referência do que eu era por dentro: o que eu via na tela traduzia exatamente o que acontecia em mim quando a música começava. Eu me identifiquei de imediato”, revelou.
No ensino médio, Gustavo se deparou com o momento de escolher uma direção, e ouviu os conselhos de um professor de artes que, ao perceber o potencial dele, o incentivou a prestar um curso técnico de dança Etec De Artes. O dançarino admitiu que não foi muito bem na parte teórica, mas passou em primeiro lugar no teste prático.
O primeiro contato dele com uma prática corporal estruturada veio com a capoeira, mas foi na igreja que frequentava, ao integrar o grupo de hip-hop S.O.G., que mergulhou definitivamente nessa onda. Lá, Gustavo conheceu o break e passou a circular por eventos, festivais e batalhas em toda a capital paulista.
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“Trabalhei em diversos grupos de dança, programas de televisão, campanhas de publicidade, projetos de moda, videoclipes com artistas conhecidos e participei de grandes eventos, como a Copa América 2019”, disse.
A carreira internacional do bailarino começou quando ele foi contratado pela empresa turca Seans Organization, especializada em recrutar artistas para shows em hotéis de luxo. Depois disso, embarcou para o Egito, onde atuou em resorts.
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Teste para a Universal Studios
O processo seletivo para chegar à Universal Studios foi rigoroso, envolvendo testes técnicos, avaliações de dança e de acrobacia, apresentação individual e uma entrevista inteira em inglês. “Foi um dos mais concorridos da minha vida. Era um casting global onde mais de 7 mil dançarinos do mundo inteiro se inscreveram e, no final, apenas cinco homens foram aprovados”, revelou.
Segundo Gustavo, ele também precisou se apresentar para vários diretores, inclusive da Universal Studios Hollywood – responsáveis pela supervisão artística mundial, em uma chamada de vídeo.
“Quando fiz essa audição, eu estava muito preparado. Eu já tinha portfólio profissional, vídeos, currículo, material artístico. Eu não fui para o teste improvisando. Eu fui pronto”, lembrou.
No momento em que recebeu o e-mail escrito “Dear Gustavo Fagundes, Congratulations!”, ele não acreditou. “Passou um filme na minha cabeça: minha infância, minha família, os treinos, as quedas, as viagens, tudo o que me trouxe até ali. Não era apenas uma aprovação, era a confirmação de que um dançarino brasileiro, vindo da periferia de São Paulo, tinha acabado de conquistar um lugar dentro de uma das maiores forças de entretenimento do mundo. Foi um dos momentos mais marcantes da minha vida”, falou ao Metrópoles.
No parque, Gustavo participou de produções como o Spring Carnival 2024, o espetáculo natalino do Winter Holiday 2024 e o Universal’s Half Time Show. O dançarino já está com contrato renovado para 2026.
“Agora consolidado dentro da Universal, meu foco é, claro, colocar o Brasil como potência de talentos, no centro da indústria global do entretenimento”, complementou.