Componentes da magia do Natal, as bolas coloridas usadas para decorar árvores carregam origens antigas, com uma história simbólica do evento religioso celebrado em 25 de dezembro.
Para entender como surgiu e como este enfeite faz parte da tradição natalina, é necessário voltar ao século 8, quando a árvore era vista como símbolo de prosperidade para povos que viviam no inverno, visto que os pinheiros permaneciam verdes, mesmo durante aquela estação mais fria do ano.
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São Bonifácio, bispo saxão, responsável por promover o Cristianismo e influenciar povos da Alemanha naquele século, foi até uma região germânica. À época, os germânicos acreditavam nos deuses que formam a mitologia nórdica, no caso, Thor, que, além de ser considerado o Deus do Trovão, simbolizava o carvalho.



Bolas de Natal, saiba a história por trás das decorações em árvores
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Árvore de Natal de Helena Bordon
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Para servir Thor e honrar a crença, os povos alemães preparavam para um ritual de sacrifício, geralmente uma criança, realizado junto a um carvalho gigante.
Sabendo que havia pessoas morrendo, Bonifácio interveio e teria confrontado Thor, pegando um machado e cortando o carvalho sagrado, que era utilizado para o sacrifício. Na queda da árvore, a história conta que apenas um pequeno pinheiro permaneceu intacto, se tornando um símbolo de vida eterna, com os galhos erguidos ao céu, em direção a Deus.
Com isso, Bonifácio aproveitou para converter os povos germânicos ao Cristianismo.
A partir deste momento, as árvores passaram a ter um simbolismo cristão no Natal, se transformando em uma decoração do evento religioso. Ao trazer uma tradição aos lares mundiais, as árvores, no começo, foram decoradas com velas e ornamentos para celebrar o nascimento de São Bonifácio, o Apóstolo da Alemanha.
Embora a história explique o possível momento em que as árvores passaram a ser utilizadas como um símbolo cristão, alguns historiadores reforçam que a árvore de Natal foi um símbolo proveniente de tradições nórdicas e germânicas, não se convertendo ao Cristianismo.
Bolas coloridas
A tradição cristã considerou que a árvore de Natal representa a vida, com frutos, enfeites, desejos em forma de mensagem e presentes. Após Bonifácio realizar o ato que marcou a árvore como um elemento simbólico para o Natal, elas foram enfeitadas com maçã, trazendo à tona o antigo pecado, no caso, a história de Adão e Eva. Vale ressaltar que também havia representações de hóstias figurando os frutos da Redenção.
Ao contrário da história de Adão e Eva, em vez de a maçã evocar coisas ruins e envenanemento, a fruta, desta vez, foi vista como símbolo de vida e salvação, uma vez que surgia como uma “nova frutificação”. As primeiras referências aos enfeites são do século 16, da igreja da Alsácia. As famílias decoravam os pinheiros com papéis coloridos, enfeites, frutas e doces.
Foi então que, em 1847, Hans Greiner, um mestre vidreiro de Lauscha, Alemanha, quis agradar os filhos e imitou com vidro as frutas e as nozes que decoravam a árvore natalina.
Após este gesto, houve algo similar na França, em 1858, época na qual um artesão vidreiro de Meisenthal fabricou bolinhas vermelhas devido à ausência de maçãs provocada por uma grande seca no local.
No século 19, quando a rainha Vitória, da Inglaterra, manifestou entusiasmo pela árvore de Natal com bolas vermelhas cristalinas, muitos quiseram ter uma semelhante.
Os primeiros registros de árvores decoradas com velas surgiram em 1730, sendo que, no começo, as árvores eram enfeitadas com rosas de papel, maçãs, nozes e bolachas. Então, depois surgiram outros tipos de decorações, como luzes, bolas de vidro, estrelas, guirlandas, laços, anjos ou outras figuras. Em Berlim, a primeira árvore de Natal foi erguida em 1785.
No século 6, a tradição da árvore de Natal evoluiu, trocando as maçãs por bolas, e outros ornamentos foram colocados conforme o tempo. Alguns colocam 12 bolas ou múltiplos de 12 para evocar os apóstolos. Outros, 33 bolas, para lembrar os anos da vida de Jesus.
A bola vermelha revolucionou a imposição de adereços, que passou a ser produzida de diferentes formas e tamanhos, dando espaço a outros ornamentos, que também ganharam destaque na árvore de Natal. Um deles é a estrela, que simboliza a estrela de Belém, uma referência, entre os cristãos, ao nascimento de Jesus.



