Ao redor do mundo, existem milhões de espécies de animais. Frequentemente, é possível ver indivíduos de cada uma dessas espécies que nascem com características diferentes do comum. Um exemplo são as zebras, que por si só já causam questionamentos sobre suas listras. Mas e zebra com bolinhas, você já viu?
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Sim, ela existe! No Quênia, nas planícies da Reserva Maasai Mara, esse animal chamou atenção por ter um estilo mais autêntico, bem diferente de outros da mesma espécie. Ela foi apelidada de Tira, e todo seu corpo é coberto por pequenas bolinhas brancas em cima da pelagem marrom-escuro.
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Bolinhas vestem melhor que listras
Esse visual diferenciado é fruto de uma mutação genética chamada pseudomelanismo. A condição altera a forma como a melanina — pigmento responsável pela cor da pele e dos pelos nos mamíferos — se distribui.
Não são só as zebras que podem ser afetadas pela condição genética
Segundo a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), as listras simétricas das zebras são criadas a partir das células de melanócitos. Para Tira, o processo não ocorreu da mesma forma durante o desenvolvimento embrionário, o que resultou no padrão de pelagem diferente.
“Os melanócitos estão presentes na pele da zebra com bolinhas, mas a melanina não é distribuída normalmente, criando esse padrão completamente atípico”, disse Greg Barsh, geneticista do Instituto HudsonAlpha de Biotecnologia, nos Estados Unidos. Os pesquisadores ainda afirmam que a pelagem é única para cada indivíduo e funcionam como impressão digital.
A vida de Tira
De acordo com informações da National Geographic, o registro foi feito em 2019 pelo fotógrafo Frank Liu. Ele estava em Maasai Mara à procura de rinocerontes quando viu a linda e estilosa zebrinha. “À primeira vista, parecia uma espécie completamente diferente”, contou Frank.
O padrão não influencia somente no visual da zebra, mas também na sobrevivência
Tira foi batizada com este nome em homenagem a Antony Tira, que foi o guia da reserva que a viu primeiro. Infelizmente, a vida dela não está em segurança. Segundo Ren Larison, bióloga e especialista em evolução das zebras, animais com padrões diferenciados têm menos chance de sobreviver.
Além disso, Ren disse que o contraste das listras é um fator para despistar predadores e evitar picadas de insetos. Ou seja, Tira é mais vulnerável as doenças como a gripe equina, transmitida pelas moscas, e está mais sujeita a ser predada, já que outros bichos costumam procurar por aqueles que são diferentes.