O dólar registrou leve queda de 0,04%, cotado a R$ 5,31, nesta quinta-feira (4/12). Por ser pequena, a variação indicou estabilidade da moeda americana frente ao real. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), caminhava para bater o terceiro recorde seguido da semana. Às 16h45, ele subia 1,48%, alcançando a marca inédita de 164.149,02 pontos.
Na avaliação de analistas, a perspectiva de um novo corte de juros nos Estados Unidos, na próxima quarta-feira (10/12), continua exercendo forte influência nos mercados de câmbio e de ações. No Brasil, as estimativas de redução da taxa básica, a Selic, voltaram-se para janeiro, embora declarações recentes do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, não corroborem tal previsão.
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Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a cotação do dólar no Brasil acompanhou a dinâmica global, em linha com o comportamento de outras moedas emergentes, como o peso mexicano (queda de 27%) e o peso chileno (leve baixa de 0,04%).
Para Rubens Cittadin Neto, especialista em renda variável da Manchester Investimentos, o Ibovespa atingiu novo recorde, embalado pelas apostas de cortes de juros nos EUA. Ele observa, porém, que as “empresas também estão pagando dividendos maiores para fugir da tributação”. “Isso tem impulsionado a Bolsa também”, diz.
Seguro-desemprego
Nesta quinta-feira, os investidores também acompanharam a divulgação de novos dados sobre a economia americana. De acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA, os pedidos de seguro-desemprego recuaram para 191 mil na semana encerrada em 29 de novembro. O número representou uma queda de 27 mil frente a semana anterior. Ele também ficou abaixo da expectativa do mercado, que projetava 221 mil solicitações.
A informação reforçou a tese de corte iminente de juros nos EUA. Isso porque ela sinaliza um enfraquecimento do mercado de trabalho, o que pode levar a uma baixa da inflação. Tal cenário pode incentivar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a reduzir a taxa para estimular a economia e, com isso, evitar o risco de uma recessão.
PIB no Brasil
No cenário interno, os investidores acompanharam a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele subiu 0,1% no terceiro trimestre deste ano em relação ao segundo trimestre. A taxa ficou abaixo da estimativa dos agentes econômicos que previam alta de 0,2%. O crescimento foi de 1,8% em relação ao terceiro trimestre de 2024.
