As canetas emagrecedoras à base de GLP-1 — como Mounjaro, Ozempic e similares — revolucionaram o tratamento da obesidade, mas não funcionam sozinhas. Segundo a endocrinologista Marina Karam, alguns hábitos frequentes acabam reduzindo a eficácia do medicamento, piorando os efeitos colaterais e até levando ao abandono do tratamento.
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Canetas emagrecedoras: como usar e como evitar o efeito rebote
O principal erro
A alimentação desequilibrada é o maior vilão para esse tipo de tratamento. Entre os deslizes mais comuns estão o baixo consumo de proteínas e fibras e uma dieta rica em gordura.
“Esses medicamentos alteram o esvaziamento gástrico. Quando o paciente come muito rápido, exagera na gordura ou nos condimentos, bebe líquidos em excesso durante a refeição ou consome bebidas gaseificadas e muito café, os efeitos colaterais podem ser intensificados”, explica a especialista.
Náuseas, vômitos, diarreia e desconforto abdominal são queixas frequentes nesses casos, e fazem com que muitos pacientes desistam do uso antes de alcançar resultados consistentes.
Tratar as canetas emagrecedoras como solução mágica, ignorando a necessidade de reeducação alimentar e exercícios físicos, leva ao reganho de peso
Dietas restritivas atrapalham mais do que ajudam
Outro ponto de atenção são as dietas muito restritivas. Apesar da promessa de emagrecimento rápido, elas aumentam a perda de massa magra e deixam o paciente mais cansado e indisposto.
“Isso compromete a adesão ao tratamento e o bem-estar geral. O foco deve ser qualidade nutricional e ingestão adequada de macronutrientes”, afirma a endocrinologista.
Álcool: beba com moderação
O consumo de álcool não é formalmente contraindicado durante o uso das canetas, mas merece cautela.
“Ele pode precipitar efeitos colaterais e, além disso, não contribui em nada para o emagrecimento, vai na contramão do processo”, diz Marina.
A recomendação da endocrinologista é reduzir a ingestão e manter moderação.
Canetas emagrecedoras ajudam a reduzir o desejo por álcool
Exercício físico protege o músculo
A falta de atividade física, especialmente exercícios de força, favorece a perda de massa magra durante o emagrecimento.
“A perda muscular não é causada pelo medicamento, mas pelo processo de emagrecer. Por isso, precisamos atenuá-la com calorias adequadas, proteína suficiente e exercício resistido”, explica.
A falta de mudança de hábitos causa o efeito rebote
Erros mais comuns
Pular refeições também entra na lista de erros. Segundo a médica, isso dificulta atingir a ingestão calórica mínima necessária para preservar o músculo — tecido metabolicamente ativo, essencial para manter o peso e a composição corporal no longo prazo.
Confira a galeria abaixo, com algumas dicas e erros frequentes:
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Realizar exercícios de musculação
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É essencial se manter hidratado
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Consumir fibras e proteínas
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Exemplo de prato ideal
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Evitar bebidas gaseificadas
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Erro: Buscar o medicamento por conta própria, sem avaliação de um médico
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Erro: Acreditar que o emagrecimento trará felicidade ou que o peso não voltará, gerando frustração ao parar o uso
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Erro: Parar o uso abruptamente, sem orientação, pois o corpo retoma a luta para recuperar o peso
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Erro: Sentir-se dependente do medicamento para manter o peso ou a autoestima, como observado em alguns casos
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Erros nutricionais mais comuns, segundo a especialista
- Baixa ingestão de proteínas
- Pouco consumo de fibras
- Hidratação insuficiente
- Excesso de gordura, condimentos e bebidas gaseificadas
- Comer rápido demais ou até se sentir “estufado”
Esses fatores, além de comprometerem os resultados, aumentam efeitos como constipação, dor de cabeça e cansaço.
“As canetas são ferramentas muito eficazes, mas precisam vir acompanhadas de orientação médica, alimentação equilibrada e hábitos consistentes para que o tratamento seja sustentável”, reforça Marina Karam.
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