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    Cão volta sangrando após banho em pet shop do DF; polícia investiga

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    A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma denúncia feita pela tutora de um cão da raça shih tzu, que afirma que o animal voltou para casa com lesões na região das glândulas anais após passar por um atendimento em um pet shop no Guará II, em 22 de novembro deste ano.

    À coluna, a enfermeira Raiña Rocha Hernandez, tutora de Otto, de oito anos, relatou que o cão apresentou sangramento e comportamento atípico ao retornar para casa.

    Segundo ela, o estabelecimento não forneceu as imagens das câmeras de monitoramento e alegou que houve uma queda de energia no momento em que o shih tzu era atendido.

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    De acordo com a tutora, o cachorro foi entregue ao pet shop por volta das 15h e, ao retornar para buscá-lo, por volta das 17h, percebeu que havia algo errado.

    “Quando cheguei, o pet shop estava fechado, e dois rapazes estavam na recepção, com o Otto chorando em cima da bancada. Eles explicaram que não conseguiram fazer a tosa na maquininha porque, segundo eles, o Otto estava irritado”, detalhou.

    Em casa, ela notou que o cão apresentava dificuldade para se movimentar e deixava rastros de sangue ao sentar. Desesperada, procurou uma veterinária particular.

    “No momento em que eu peguei no rabo dele, ele avançou em mim. Só então notei que o ânus dele estava todo dilacerado. Tentei me acalmar para decidir o que fazer, tirei fotos para deixar registrado e então comuniquei o pet shop.”

    A enfermeira levou Otto ao veterinário, que prescreveu antibióticos e analgésicos e confirmou as lesões na região anal.

    “Procurei o pet shop, solicitei as imagens das câmeras e, na segunda-feira, dia 24, eles afirmaram que não haviam feito a tosa na máquina porque a pele dele estava sensível, então apararam os pelos com tesoura. Eu expliquei que não estava questionando o motivo da tosa não ter sido feita, e sim a razão de ele estar machucado”, disse.

    Após a solicitação das imagens, os gestores do estabelecimento informaram que não seria possível compartilhá-las porque teria ocorrido uma queda de energia na cidade.

    “Eu moro no Guará e não presenciei essa queda de energia. Me disponibilizei a ir até lá, mas eles disseram que não conseguiram acessar os vídeos daquele dia. Depois de 48 horas, fiz o boletim de ocorrência, e ficou por isso mesmo”, lamentou.

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    A versão do pet shop

    Procurada pela coluna, a proprietária do estabelecimento afirmou que não houve maus-tratos e que as lesões seriam decorrentes de um quadro de dermatite que o cão já apresentava.

    “Temos um áudio dela explicando que o cão sofria desse problema, que geralmente é desencadeado por estresse. Ela pediu acesso às imagens para ver se o cachorro havia passado por estresse. Explicamos que sim, que ele passou por estresse porque ela o levou no sábado, um dia muito cheio, com secador e soprador ligados, então o animal pode ter ficado estressado”, disse.

    A proprietária alegou que os funcionários não conseguiram realizar a tosa higiênica porque o cachorro já estava com a região anal lesionada.

    “Não disponibilizamos as imagens porque houve um problema na câmera por causa da energia, e perdemos algumas gravações. Depois que explicamos que não conseguiríamos fornecer as imagens, ela mudou o discurso dizendo que foram maus-tratos”, afirmou.

    Investigação

    A tutora de Otto registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia (Guará) e, posteriormente, procurou apoio na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA), que encaminhou a mulher e o cão ao Serviço Veterinário Público do Distrito Federal (HVEP) para realização de perícia.

    A Polícia Civil aguarda a conclusão do laudo.