Nesta quinta-feira (11/12), o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) disse que renunciará ao mandato na Câmara Municipal do Rio para concorrer ao Senado por Santa Catarina. Ele anunciou a renúncia da tribuna da Câmara de Vereadores.
“Parto dessa cidade com o coração cheio de saudade, mas também com a serenidade de quem sabe que está atendendo a uma missão maior, da qual sempre fiz parte. Vou para Santa Catarina para cumprir um chamado que eu não poderia realizar aqui”, disse ele.
Diante da decisão de Carlos, é inevitável perguntar: será que a candidatura de seu irmão mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), à Presidência da República é pra valer mesmo?
O raciocínio que circula entre operadores de mercado e em Brasília é simples: a família Bolsonaro, mostram todas as pesquisas, tem uma vaga garantida para o Senado Federal pelo estado do Rio de Janeiro.
Ora, se a candidatura presidencial de Flávio é para valer, por que Carlos abriria mão de se eleger no Rio para disputar uma vaga no Senado em Santa Catarina, como anunciou hoje?
Ao contrário do que disse no plenário da Câmara, Carlos tem sim todas as condições de “cumprir seu chamado” pelo Rio de Janeiro. A não ser, é claro, que a vaga da direita já esteja ocupada por Flávio.
A migração de Carlos em direção ao Sul só faz sentido num cenário em que o próprio Flávio — que precisa renovar o mandato no ano que vem — pretenda tentar se reeleger ao Senado pelo Rio. Carlos iria a SC para deixar a pista do Rio desimpedida para o irmão mais velho.
A ida de Carlos para SC provocou celeuma no estado. A deputada federal Caroline de Toni ficou irritada com a decisão do vereador.
Na semana passada, Carlos tentou amenizar a confusão ao postar uma foto sorridente ao lado de Caroline de Toni. Nesta semana, no entanto, ela anunciou a troca de legenda. Deixará o PL e tentará disputar o Senado pelo Novo.
Já Flávio Bolsonaro foi ambíguo ao lançar sua candidatura presidencial. Dois dias depois do anúncio de que teria o apoio de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Flávio disse a repórteres que “tem um preço” para retirar a candidatura.
Em entrevista à TV Record, Flávio disse depois que o tal “preço” era ver seu pai livre e apto a disputar a presidência em 2026 — um cenário impossível.
Mesmo assim, permanece a desconfiança sobre sua intenção de levar a candidatura até o fim. No canto do palco, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), observa.
