Não bastasse Lula ter aumentado sua vantagem sobre os atuais presidenciáveis da direita, a nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada ontem, mostrou que seu principal adversário nas eleições do próximo ano poderá ser o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ),recém-lançado candidato pelo pai preso. Que tal?
Aplicada entre os dias 11 e 14 deste mês junto a 2.004 entrevistados em todo o país, com uma margem de erro de dois pontos percentuais, foi a primeira pesquisa sem o nome de Bolsonaro, o pai, e com o nome do filho, Flávio. A Bolsa fechou em forte queda de 2,41%, a 158.557 pontos, e o preço do dólar subiu.
O Centrão, que queria os votos de Bolsonaro para eleger Tarcísio de Freitas (Republicanos) presidente, entrou em pânico. Bem como parte da mídia alinhada à candidatura do governador de São Paulo. O que poderá reverter esse quadro? Futuras pesquisas que contrariem a da Quaest. Ou erros que porventura Flávio cometa.
Em simulações de segundo turno, Flávio tem 36% de intenções de voto contra 46% de Lula; Tarcísio e Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, 35% contra 45% de Lula; Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás, 33% contra 44% de Lula; e Romeu Zema (Novo), governador de Minas, 33% contra 45% de Lula.
Em cenários de primeiro turno, Flávio é quem melhor performa contra Lula. Confira:
Lula: 39%
Flávio: 23%
Ratinho Jr.: 13%
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Lula: 41%
Flávio: 23%
Tarcísio: 10%
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Lula: 39%
Flávio: 26%
Zema: 6%
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Lula: 39%
Flávio: 27%
Caiado: 4%
A rejeição a Flávio é a maior entre os candidatos testados pela Quaest. 62% dos entrevistados disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Apenas 13% afirmam que votariam em Flávio e 23% que “poderiam votar”. É por isso também que a esquerda saliva com a entrada em cena de Flávio. Lula x Bolsonaro, de novo.
O grande problema da direita não é Bolsonaro, pai ou filho. O grande problema é ela mesma, dividida, sem projeto um para o país capaz de capturar os sonhos dos brasileiros, e sem votos suficientes para derrotar Lula. Porque quem tem votos é Bolsonaro, o renegado. Ela, a direita, não tem.
Lula ri à toa. Segundo a Quaest, cresceu entre os brasileiros a percepção de que ele deveria ser candidato à reeleição, assim como a de que merece mais quatro anos de mandato. Para 28%, a economia melhorou nos últimos 12 meses, quatro pontos percentuais a mais do que a pesquisa do mês passado.