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    “Chuchu” do CDC, que mandou degolar adolescente, é condenado por tráfico

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    O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou nessa quinta-feira (18/12) William Silva Miranda, de 30 anos, conhecido pelos apelidos de Chuchu ou Papai, a mais de 18 anos por tráfico de drogas, por uma operação realizada pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) em 27 de fevereiro deste ano. William, integrante do Comboio do Cão (CDC), já tinha sido condenado há 31 anos por mandar executar um adolescente de 14 anos. Em janeiro deste ano, Samuel Soares Marques foi degolado e teve a mão decepada por suposta dívida de drogas.

    Imagens: 

    “Chuchu” do CDC, que mandou degolar adolescente, é condenado por tráfico - destaque galeria3 imagensSamuel Soares Marques, de 14 anosSamuel, adolescente degoladoFechar modal.MetrópolesWilliam Silva Miranda, conhecido como Chuchu1 de 3

    William Silva Miranda, conhecido como Chuchu

    Imagem cedida ao MetrópolesSamuel Soares Marques, de 14 anos2 de 3

    Samuel Soares Marques, de 14 anos

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    Samuel, adolescente degolado

    Imagem cedida ao Metrópoles

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    Nova condenação por tráfico de drogas:

    • A operação realizada em fevereiro deste ano teve o objetivo de desmantelar uma rede de tráfico de drogas que operava por meio de uma distribuidora conhecida como “Corujão”.
    • Na época, o réu proprietário da distribuidora, revelou detalhes sobre sua trajetória criminosa e o funcionamento do esquema.
    • O dono do “Corujão” confessou que, inicialmente, havia aberto o local para vender bebidas, mas, diante de dificuldades financeiras, passou a comercializar drogas ilícitas.
    • Segundo o réu, seu envolvimento com o tráfico de drogas começou em 2023, quando tinha 19 anos, e a atividade lhe proporcionava lucros mensais em torno de R$ 10 mil.
    • A princípio, o acusado negou a participação de seu irmão, William Silva, no tráfico. Contudo, investigações subsequentes comprovaram a envolvência de William na organização criminosa.
    • Além disso, a apuração revelou a participação da mãe de William, bem como do irmão deste, proprietário da distribuidora “Corujão”, e ainda da namorada dele, no esquema criminoso.

    Tráfico de drogas no “Corujão”

    Apesar do silêncio de alguns acusados e das negativas de outros, as provas coletadas durante a investigação, incluindo movimentações bancárias suspeitas e apreensões de drogas, indicam que todos os réus participaram ativamente da organização criminosa voltada ao tráfico de drogas. A operação policial revelou ainda que a distribuidora “Corujão” era usada como ponto de venda e armazenamento de entorpecentes, com a colaboração de diversos envolvidos que dividiam funções específicas no esquema, como transporte e distribuição de drogas.

    A continuidade das investigações e o interrogatório dos réus indicam a complexidade da rede criminosa, com envolvimento de familiares e pessoas próximas aos acusados, que alegam inocência ou desconhecimento das atividades ilícitas. A defesa de todos os acusados buscou isentá-los de responsabilidade, alegando diversas justificativas, como a falta de conhecimento sobre a origem das movimentações financeiras ou o envolvimento casual com o local do tráfico.

    Condenação pelo tráfico de drogas

    O Ministério Público denunciou o homem com base nos artigos 33 e 35 da Lei n.º 11.343/2006 (tráfico e associação para o tráfico) e no artigo 1º da Lei n.º 9.613/1998 (lavagem de dinheiro), e o pedido foi acolhido pelo juiz.

    Morte do adolescente que foi degolado

    Em 30 de abril, William foi preso por mandar matar Samuel Soares Marques, que foi degolado e teve a mãe decepada. O assassinato ocorreu um mês antes dele ter sido capturado pelo tráfico de drogas e solto. A nova captura é resultado de uma minuciosa investigação realizada pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte).

    Após diligências, os agentes localizaram William Miranda em uma residência no município de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Ele já tinha um mandado de prisão preventiva em vigor.

    Entenda o assassinato do adolescente:

    • O corpo de Samuel foi encontrado em um matagal, em 7 de janeiro, no Córrego do Jacaré, em Samambaia (DF);
    • O estudante teve uma das mãos decepadas, o pescoço cortado, além de levar 32 facadas;
    • Colegas e parentes de Samuel o descreveram como “engraçado, gente boa e extrovertido”;
    • A 26ª DP que investigou o caso e, em 11 de janeiro último, prendeu um envolvido, que confessou ter participado do homicídio brutal do jovem e deu detalhes do crime.

    A Polícia Civil apurou que, há pouco mais de um ano, o adolescente teria começado a auxiliar integrantes do CDC no tráfico de drogas, atuando em pontos de venda e substituindo outros integrantes da facção quando necessário.

    William, preso em abril deste ano, era o último foragido da Operação Redenção, procurado por participar da execução brutal do adolescente. A motivação para o crime seria o suposto desvio de dinheiro proveniente do tráfico de drogas operado pela facção.

    Os outros dois suspeitos, Ruan Felipe Barbosa Oliveira, 20, conhecido como “Zaroio”, e Mateus Cruz Souza, 21, o “Suetam”, foram presos há cerca de três meses.

    Fotos: 

    “Chuchu” do CDC, que mandou degolar adolescente, é condenado por tráfico - destaque galeria3 imagensMateus Cruz SouzaCorpo de Samuel Soares Marques foi encontrado degolado e sem uma das mãosFechar modal.MetrópolesRuan Felipe Barbosa Oliveira1 de 3

    Ruan Felipe Barbosa Oliveira

    Mateus Cruz Souza2 de 3

    Mateus Cruz Souza

    Corpo de Samuel Soares Marques foi encontrado degolado e sem uma das mãos3 de 3

    Corpo de Samuel Soares Marques foi encontrado degolado e sem uma das mãos

    Reprodução/Redes Sociais

    Condenação de William pela morte do adolescente: 

    A condenação da morte de Samuel Soares ocorreu em outubro deste ano. Segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), todos deverão cumprir a sentença em regime inicial fechado.

    O júri reconheceu as qualificadoras apontadas pelo MP: motivo torpe (dívidas por tráfico de drogas); meio cruel (Samuel sofreu múltiplas lesões); e recurso que dificultou a defesa da vítima (surpreendida ao entrar em um veículo).