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    Com “musa do crime” na lista, veja quem são as 4 mulheres mais procuradas do país

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    Dos 216 criminosos mais procurados do país, apenas quatro são mulheres. O dado chama atenção e abre a lista divulgada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que reúne os nomes considerados prioritários para captura em todo o território nacional. Entre centenas de foragidos de alta periculosidade, a presença feminina é exceção, e revela um recorte pouco comum no universo do crime organizado e violento no Brasil.

    As quatro mulheres que figuram no levantamento são Carolina Gomes de Brito (MT), Marítssa Ingridy da Silva Rodrigues (MT), Deuzirene Cardoso Silva (RR), Yasmin Loranne Oliveira Santos (TO). A relação integra o Programa Captura, projeto recente coordenado pela Senasp, que tem como uma de suas principais ferramentas o site oficial do governo federal para identificação e localização dos mais procurados do país, organizados por estado e em ordem alfabética.

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    Embora a lista seja dominada por homens, incluindo nomes de grande repercussão nacional, como André Oliveira Macedo, o André do Rap — apontado como intermediário no envio de toneladas de cocaína para a Europa e a África —,  Edgar Alves de Andrade, o Doca, principal líder do Comando Vermelho no Complexo da Penha (RJ), e Bernardo Bello, acusado de ser o mentor intelectual da morte do contraventor Alcebíades Paes Garcia, o Bid — o pequeno número de mulheres despertou atenção de autoridades e especialistas.

    Retrato da criminalidade 

    Segundo a Senasp, todos os nomes listados representam algum nível de periculosidade, seja por envolvimento com tráfico de drogas, crimes violentos, organização criminosa ou delitos contra o patrimônio. Ainda assim, o fato de apenas quatro mulheres constarem entre os 216 mais procurados reforça um padrão histórico: a criminalidade de maior visibilidade e impacto segue majoritariamente masculina.

    Quem são as criminosas mais procuradas:

    Carolina Gomes de Brito (MT)

    • Carolina foi condenada por roubo majorado em 2019, conforme decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). No processo, ela e comparsas foram responsabilizados por crimes contra o patrimônio em concurso formal, tipificados no artigo 157 do Código Penal.
    • Casos desse tipo, segundo os autos, geralmente envolvem subtração de veículos, dinheiro, eletrônicos e pertences pessoais, muitas vezes mediante ameaça ou violência, em abordagens a vítimas em vias públicas ou estabelecimentos comerciais.

    Marítssa Ingridy da Silva Rodrigues (MT)

    • Conhecida pelos apelidos de Jheny, Rapunzel e Maribomba, Marítssa é apontada pela Polícia Civil de Mato Grosso como uma das líderes do tráfico de drogas no município de Sorriso.
    • As investigações indicam que ela teria assumido o controle da distribuição de entorpecentes na região ao lado de Dandara Solana Fontinelles Ferreira e de outra mulher, presa posteriormente, após a captura de seus então companheiros. O grupo teria reorganizado a atuação criminosa, mantendo o abastecimento e a logística do tráfico local.

    Deuzirene Cardoso Silva (RR)

    • Deuzirene teve prisão preventiva decretada em 2011 por suposta omissão diante de abuso sexual cometido por seu companheiro contra uma menor de idade. Conforme registros do Diário da Justiça do Estado de Roraima, Hudson da Silva teria praticado os abusos contra a própria filha, de 11 anos.
    • A acusação contra Deuzirene se refere à falta de ação para impedir o crime, o que motivou a atuação do Judiciário.

    Yasmin Loranne Oliveira Santos (TO)

    • Yasmin Loranne passou a ser alvo da Justiça após denúncia do Ministério Público por tráfico de drogas e associação para o tráfico. O caso tramita na 3ª Vara Criminal de Palmas, onde ela é ré no mesmo processo que Matheus Costa, apontado como seu parceiro.
    • Segundo a acusação, ambos integrariam uma estrutura voltada à comercialização de entorpecentes.

    Programa Captura 

    O Programa Captura busca intensificar a cooperação entre estados, forças policiais e a população, facilitando o acesso às informações sobre foragidos de alta prioridade. A lista completa pode ser consultada no site oficial do governo, e denúncias podem ser feitas de forma anônima.

    Enquanto a maioria absoluta dos nomes segue sendo masculina, o destaque dado às quatro mulheres evidencia que, embora em número reduzido, elas também ocupam posições relevantes em diferentes tipos de crime, do tráfico de drogas a delitos contra o patrimônio.

    A expectativa das autoridades é que a ampla divulgação contribua para a localização e prisão dos foragidos, reforçando o combate à criminalidade em todo o país.