O Zoológico de Itatiba, no interior de São Paulo, ganhou um novo e imponente morador no início de dezembro. Atanásio, um rinoceronte-branco de cinco anos e quase duas toneladas, chegou à cidade após uma operação especial e agora passa por um cuidadoso período de adaptação ao novo ambiente.
Apesar do tamanho impressionante, Atanásio ainda é considerado jovem. Na última pesagem, ele registrou 1.960 quilos, mas pode ultrapassar as três toneladas quando atingir a maturidade. O rinoceronte-branco-do-sul é o maior entre as espécies e está entre os maiores mamíferos terrestres do planeta, atrás apenas dos elefantes. Sob cuidados humanos, pode viver até 50 anos.
Adaptação ao novo lar
O Metrópoles conversou com a veterinária do Zoológico de Itatiba, Fernanda Gondim, que é uma das cuidadoras do Atanásio. Segundo a veterinária, o rinoceronte-branco é conhecido por ser o mais dócil e sociável entre os rinocerontes. Diferente de outras espécies, fêmeas e jovens costumam viver em grupo. A visão limitada faz com que o animal se assuste com barulhos ou movimentos bruscos, mas o comportamento não é agressivo. Atanásio, inclusive, responde bem ao treinamento e já colabora com exames de rotina, sempre recompensado com petiscos ou momentos de carinho, como escovações.
Como veio de uma instituição com rígidos protocolos sanitários, a quarentena foi realizada ainda no Chile. Em Itatiba, o foco da equipe está totalmente voltado à adaptação do animal. O processo ocorre de forma gradual, respeitando o tempo do rinoceronte para reconhecer o recinto, os cheiros e o clima da região.
Classificado como “quase ameaçado” de extinção, o rinoceronte-branco exige atenção especial em qualquer manejo. A chegada de Atanásio reforça o papel do zoológico na conservação da espécie e no cuidado com animais de grande porte. A aproximação com as fêmeas do zoológico, Lama e Gorda, também segue com cautela. Por enquanto, o contato é apenas visual e sensorial, por meio de barreiras seguras. A estratégia ajuda a reduzir o estresse e a estimular comportamentos naturais.
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Rinoceronte-branco, novo morador do Zoológico de Itatiba, de quase duas toneladas chega após viagem de cerca de 3 mil quilômetros do Chile
Divulgação – Zoológico de Itatiba
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Rinoceronte-branco, novo morador do Zoológico de Itatiba, de quase duas toneladas chega após viagem de cerca de 3 mil quilômetros do Chile
Divulgação – Zoológico de Itatiba
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Rinoceronte-branco, novo morador do Zoológico de Itatiba, de quase duas toneladas chega após viagem de cerca de 3 mil quilômetros do Chile
Divulgação – Zoológico de Itatiba
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Divulgação – Zoológico de Itatiba
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Rinoceronte-branco, novo morador do Zoológico de Itatiba, de quase duas toneladas chega após viagem de cerca de 3 mil quilômetros do Chile
Divulgação / Auditor Fiscal Federal Agropecuário
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Rinoceronte-branco, novo morador do Zoológico de Itatiba, de quase duas toneladas chega após viagem de cerca de 3 mil quilômetros do Chile
Divulgação / Auditor Fiscal Federal Agropecuário
O nome do gigante
O nome do rinoceronte é uma homenagem a Santo Atanásio, uma das figuras mais importantes do cristianismo primitivo. Conhecido como o “pai da ortodoxia”, Santo Atanásio ficou marcado pela defesa firme de suas convicções, mesmo diante de perseguições e exílios. É lembrado pela coragem, resistência e pela luta em defesa da fé, características que inspiraram a escolha do nome para o animal, um gigante tranquilo, mas forte, que cruzou fronteiras para começar uma nova etapa de vida.
Atanásio nasceu em cativeiro e vivia em um zoológico no Chile. Com o crescimento acelerado e o porte cada vez maior, o espaço disponível já não atendia às necessidades do animal, principalmente em relação ao bem-estar e à convivência. A transferência para o Brasil foi definida como a melhor alternativa e planejada com antecedência.
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O transporte até São Paulo envolveu uma logística especial. O rinoceronte viajou de avião e desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, onde passou por inspeção sanitária e checagem de documentos. Auditores Fiscais Federais Agropecuários acompanharam todo o processo antes da liberação para o deslocamento terrestre até Itatiba.
Enquanto segue em adaptação, o novo morador permanece longe dos visitantes. A liberação para visitação só deve acontecer quando a equipe técnica avaliar que ele está totalmente ambientado e seguro. Até lá, Atanásio começa, com calma, uma nova fase da vida no interior paulista.
