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    Departamento de Justiça contesta carta de Epstein que menciona Trump

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    O Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmou nesta terça-feira (23/12) que é falsa a carta manuscrita atribuída a Jeffrey Epstein e endereçada ao ex-médico Larry Nassar, também condenado por crimes sexuais. O documento havia sido divulgado como parte de uma nova leva dos chamados “Arquivos Epstein”.

    Segundo o órgão, a análise indicou que a caligrafia não corresponde à de Epstein e que outros elementos levantaram dúvidas sobre a autenticidade do material. Horas após a divulgação, a carta foi retirada do conjunto de documentos tornados públicos.

    “Esta carta falsa serve como um lembrete de que o simples fato de um documento ser divulgado pelo Departamento de Justiça não torna verdadeiras as alegações ou afirmações nele contidas”, afirmou o órgão em comunicado.

    A carta, assinada como “J. Epstein”, não citava diretamente Donald Trump, mas fazia referência a “nosso presidente”. O suposto envio teria ocorrido em agosto de 2019, mês em que Epstein morreu em uma prisão de Nova York. Trump ocupava a Presidência à época.

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    Epstein esteve à frente de um esquema de exploração, tráfico e abuso sexual de mulheres e menores de idade

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    Epstein ao lado de três mulheres

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    Epstein e Michael Jackson

    Departamento de Justiça dos EUA

    Contexto do caso

    • Larry Nassar, destinatário da carta, foi médico da seleção feminina de ginástica artística dos EUA e foi condenado por abusar sexualmente de ao menos 265 atletas ao longo de mais de duas décadas. Ele cumpre pena de até 140 anos de prisão em uma penitenciária na Pensilvânia.
    • Jeffrey Epstein, bilionário com relações próximas a políticos e celebridades, foi condenado por crimes sexuais envolvendo menores e por operar uma rede de exploração sexual.
    • Ele foi encontrado morto em sua cela em 2019, em um caso oficialmente classificado como suicídio.
    • Nesta semana, o Departamento de Justiça divulgou mais de 30 mil novos documentos ligados às investigações sobre Epstein, incluindo fotos, áudios, registros do FBI e vídeos de vigilância. A liberação ocorre após críticas sobre atrasos, censuras e possível retenção de informações.
    • A primeira remessa de arquivos, publicada na sexta-feira (19/12), já havia revelado imagens de Epstein ao lado de celebridades, menções ao Brasil e centenas de páginas com trechos ocultados.

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    Segundo a imprensa internacional, que teve acesso ao material antes da retirada, o texto continha linguagem considerada ofensiva e insinuações envolvendo Trump. O Departamento de Justiça, no entanto, declarou que há “acusações falsas e sensacionalistas” nos documentos recentemente divulgados, sem detalhar quais trechos seriam verdadeiros ou falsos.

    Epstein teria escrito que o republicano “também compartilhava” do amor “por garotas jovens e núbias”.

    O órgão também informou que parte dos arquivos precisou ser removida temporariamente para que informações que possam identificar vítimas sejam censuradas, a fim de evitar exposição indevida.

    “Essas alegações são infundadas e falsas e, se tivessem qualquer credibilidade, certamente já teriam sido usadas contra o presidente Trump”, diz outro trecho do comunicado oficial.