Os deputados federais de São Paulo gastaram, em 2025, R$ 1,9 bilhão com combustíveis, de acordo com os dados abertos disponíveis no site da Câmara dos Deputados.
Se considerar o preço médio do litro da gasolina da Petrobras, que indica R$ 6,05 em São Paulo, seria possível viajar de um extremo a outro do estado, no sentido leste-oeste, 4.547 vezes os 983 km correspondidos, por exemplo, de Rosana (no extremo oeste) a Queluz (no extremo leste).
Leia também
-
Campeão do combustível da Alesp gastou R$ 338 mil em postos
-
Aeroporto de Congonhas fecha por quase 1h após derramamento de combustível
-
Zambelli gastou R$ 155 mil da Câmara em viagens ao estado do marido
-
Giordano gastou R$ 212 mil da cota do Senado em posto perto de hotel
Com o valor gasto pelos parlamentares federais de São Paulo, a um consumo de combustível médio de 14 quilômetros por hora, seria possível rodar mais de 318 mil quilômetros.
O pagamento de combustível foi o 5º tipo de despesa mais comum entre os parlamentares de São Paulo com a cota parlamentar.
A despesa em postos de gasolina representa 7% dos R$ 27,3 milhões gastos para custear os mandatos paulistas, fora o salário dos deputados e suas equipes.
Como os deputados de SP usaram a cota parlamentar
- Divulgação da atividade parlamentar – R$ 10,9 milhões (40%)
- Manutenção de escritório – R$ 4,9 milhões (18%)
- Aluguel de veículos – R$ 4,2 milhões (15%)
- Passagem aérea – R$ 3,5 milhões (13%)
- Combustíveis – R$ 1,9 milhão (7%)
- Outros – R$ 1,6 milhão (6%)
Com o dinheiro da cota parlamentar, deputados podem custear passagens aéreas, viagens de carro, conta de celular, itens de escritório (canetas, folhas, etc) e material de divulgação dos atos do mandato. Em alguns casos, os parlamentares podem pedir reembolso e o recurso é devolvido em até 3 meses.
Quem mais gastou com combustível
A bancada paulista tem 70 parlamentares e 65 usaram a cota parlamentar para comprar gasolina. Alguns dos deputados perderam os seus mandatos, como Carla Zambelli, que renunciou, e Eduardo Bolsonaro, ambos do PL.
Fora do Brasil desde maio, o mandato de Zambelli gastou R$ 24,5 mil em 2025. Já Eduardo Bolsonaro, que mora nos Estados Unidos desde fevereiro, gastou R$ 1,5 mil.
Guilherme Derrite (PP), que passou a maior parte do mandato licenciado para atuar como secretário de Segurança Pública do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou a cota parlamentar para custear R$ 200 de combustível.
Oito parlamentares gastaram mais de R$ 50 mil com gasolina neste ano. São eles:
- Fausto Pinato (PP) – R$ 87,9 mil
- Marangoni (União) – R$ 84,5 mil
- Jonas Donizette (PSB) – R$ 61,9 mil
- Adilson Barroso (PL) – R$ 61,8 mil
- Delegado Paulo Bilynskyj (PL) – R$ 60,6 mil
- Juliana Cardoso (PT) – R$ 56,9 mil
- Capitão Augusto (PL) – R$ 56,5 mil
- Gilberto Nascimento (PSD) – R$ 54,6 mil.
8 imagens
Fechar modal.
1 de 8
O deputado Fausto Pinato (PP-SP)
Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados/ Divulgação
2 de 8
O deputado Fernando Marangoni (União-SP)
Divulgação
3 de 8
O deputado Jonas Donizette (PSB-SP)
Divulgação
4 de 8
O deputado Adilson Barroso (PL-SP)
Câmara dos Deputados/ Divulgação
5 de 8
O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP)
Reprodução/Instagram
6 de 8
A deputada Juliana Cardoso (PT-SP)
Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados/ Divulgação
7 de 8
Capitão Augusto (PL-SP)
8 de 8
O deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP)
Divulgação/ Câmara dos Deputados