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    Desembargador Macário divide presídio com delegado da PF ligado a TH Joias

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    O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, preso nessa terça-feira (16/12) pela Polícia Federal, ficará custodiado preventivamente no Presídio Constantino Cokotós, em Niterói, unidade destinada a presos com prerrogativa de função e agentes públicos.

    O presídio também abriga outro personagem do caso, o delegado da Polícia Federal Gustavo Stteel, preso no âmbito da Operação Zargun.

    A prisão do desembargador ocorreu no contexto das investigações que envolvem o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, e o presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar.

    A escolha da unidade chama atenção porque, poucos dias antes da chegada do magistrado, o presídio passou por uma revista administrativa de grande porte, motivada por denúncias sobre uso irregular de celulares por internos.

    A operação foi realizada na última segunda-feira, entre 5h40 e 9h50, e abrangeu todos os pavilhões da penitenciária.

    Durante a ação, agentes do sistema penitenciário e da inteligência realizaram revistas minuciosas em celas e áreas comuns.

    Ao final, foram apreendidos 15 celulares, quatro da marca Apple e outros 11 de diferentes fabricantes, além de um roteador de internet, indicando possível estrutura de comunicação clandestina dentro da unidade.

    Parte dos aparelhos estava escondida em áreas coletivas, enquanto outros foram encontrados nos dormitórios de presos identificados nos pavilhões 1 e 4.

    Todo o material recolhido foi lacrado conforme os protocolos da cadeia de custódia e encaminhado à Subsecretaria de Inteligência do Sistema Penitenciário, que agora apura responsabilidades administrativas e eventuais desdobramentos criminais.

    O delegado

    Segundo diálogos interceptados, Stteel, então lotado na Delegacia da PF no Aeroporto Internacional do Galeão, teria atuado para garantir a segurança do traficante Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio do Lixão, chefe do tráfico em Duque de Caxias. O criminoso temia ser preso ao tentar embarcar em voos comerciais.

    Em mensagens obtidas pela investigação, um assessor de TH Joias relata que o delegado teria acesso suficiente para acompanhar o traficante desde a entrada do aeroporto até o embarque, oferecendo uma espécie de escolta informal dentro de uma área sensível da segurança nacional.

    Na fase mais recente da operação, Stteel, Índio do Lixão e o intermediário Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o “Dudu”, foram presos.

    Ao todo, 12 pessoas foram detidas sob suspeita de envolvimento com tráfico de drogas e armas, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.