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    Desvio de cotas: Dino cita “despesas inexistentes” e “indícios robustos” contra Sóstenes e Jordy

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    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino autorizou a deflagração da Operação Galho Fraco, realizada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (19/12), que aprofunda as investigações sobre o desvio de recursos públicos oriundos da cota parlamentar. A ação tem como alvo de busca e apreensão os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PLRJ) e Carlos Jordy (PL-RJ).

    Segundo Dino, o pedido da Polícia Federal para deflagrar a operação se baseia em conversas extraídas de celulares dos investigados que revelam a existência de “indícios robustos” (…) para a continuidade das investigações.

    As suspeitas da PF apontam para uma possível lavagem de dinheiro, por meio de um método conhecido como “smurfing”. Esse tipo de operação consiste no fracionamento de saques e depósitos bancários com quantias em valores inferiores a R$ 9.999,00, dificultando assim o rastreamento das movimentações financeiras.

    Além disso, a decisão destaca que os indícios de utilização de cota parlamentar para pagamento de despesas consideradas inexistentes ou irregulares.

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    A decisão também menciona trechos de conversas obtidas por meio do aplicativo de conversas WhatsApp, que, conforme investigação, sugerem a existência de pagamento “por fora” por parte dos investigados.

    Por fim, a Polícia Federal identificou indício de utilização de fachadas para a prestação de serviços que foram pagos com cota parlamentar.

    Operação

    A PF cumpriu, na manhã desta sexta-feira (19/12) sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.

    Desvio de cotas: Dino cita “despesas inexistentes” e “indícios robustos” contra Sóstenes e Jordy - destaque galeria5 imagensDinheiro apreendido pela Polícia FederalDinheiro apreendido pela PFPolícia Federal (PF) deflagou nesta sexta operação Galho FracoDinheiro apreendido na Operação Galho FracoFechar modal.MetrópolesOperação da PF investiga desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares1 de 5

    Operação da PF investiga desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares

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    Dinheiro apreendido pela Polícia Federal

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    Dinheiro apreendido pela PF

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    Polícia Federal (PF) deflagou nesta sexta operação Galho Fraco

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    Dinheiro apreendido na Operação Galho Fraco

    Divulgação/ Polícia Federal

     

    Sótenes e Jordy, parlamentares do PL, tiveram os celulares apreendidos durante a operação. Também foi apreendida grande quantidade de dinheiro em espécie, sendo R$ 430 mil com Sóstenes.

    De acordo com as investigações, agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública.

    A ação da PF é desdobramento de uma operação deflagrada em dezembro de 2024 e apura os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na operação de 2024, os assessores dos deputados federais Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante já haviam sido alvos da operação Rent a Car, da Polícia Federal, que investigava uso de recursos de cotas parlamentares para pagamentos irregulares.

    “Ação covarde”

    Em vídeo divulgado nas redes sociais, Carlos Jordy confirnou que foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela PF nas primeiras horas da manhã, na data em que, segundo ele, a filha faz aniversário. Jordy classificou a ação como “covarde” e alegou que operações como essa ocorrem em outras datas simbólicas para a família.

    O parlamentar negou irregularidades e afirmou que utiliza, desde o início do seu primeiro mandato, uma empresa de locação de veículos para atender às demandas do gabinete em Brasília.

    “Essa busca e apreensão covarde, alegando que eu teria desviado recursos da cota parlamentar para uma empresa de fachada com aluguel de carros, sendo que é a mesma empresa que eu alugo carros desde o início do meu primeiro mandato. A alegação deles é tosca”, argumenta Carlos Jordy.

    O Metrópoles entrou em contato com a assessoria de imprensa de Sóstenes Cavalcante. Em caso de resposta, a reportagem será atualizada.