Com a chegada do Dezembro Laranja, mês dedicado à prevenção do câncer de pele, especialistas reforçam que proteger a pele vai muito além de aplicar protetor solar. Em um país onde o câncer de pele representa cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos e pode ultrapassar 220 mil novos casos anuais do tipo não melanoma, segundo o INCA, a atenção aos detalhes faz diferença.
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A dermatologista Priscila Câmara de Camargo explica que a maior parte das falhas na proteção não está na escolha do produto, e sim na forma como ele é usado. “Muita gente compra um FPS alto e acha que está resolvido. Mas, se a aplicação é insuficiente ou irregular, a pele permanece vulnerável”, destaca.
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Segundo ela, a campanha Dezembro Laranja reforça um ponto essencial: a prevenção é construída no dia a dia, especialmente em um país de alta incidência solar. E pequenos deslizes — muitas vezes automáticos — podem abrir caminho para queimaduras, manchas e até câncer de pele.
A seguir, Priscila aponta os erros mais frequentes que comprometem a fotoproteção:
1. Aplicar menos do que o necessário
A quantidade faz diferença direta no FPS que chega à pele. “Uma camada fina reduz drasticamente a proteção”, explica. A regra prática ajuda: uma colher de chá cheia para rosto e pescoço e uma colher de sopa para cada região do corpo. Se o frasco rende meses, é sinal de que está sendo mal utilizado.
2. Não reaplicar no intervalo ideal
O protetor perde eficácia ao longo do dia, seja pelo suor, água ou pela própria degradação dos filtros. O ideal, segundo a médica, é repor a cada 2 a 3 horas — e imediatamente após mergulhos ou suor intenso.
3. Ignorar áreas sensíveis
Regiões como orelhas, nuca, dorso dos pés, lábios e couro cabeludo (em pessoas com calvície) são frequentemente esquecidas e podem desenvolver lesões silenciosas. “Essas áreas precisam de atenção redobrada”, reforça.
4. Aplicar o protetor em cima da hora
Filtros químicos precisam de tempo para agir. O ideal é aplicar de 15 a 30 minutos antes da exposição solar. Usar o produto só na praia ou piscina significa ficar desprotegido nos primeiros minutos, justamente quando a radiação é mais intensa.
5. Confiar apenas na maquiagem com FPS
Bases e BB Creams com proteção são complementares, mas insuficientes. “Para atingir o FPS prometido, seria preciso aplicar muito mais produto do que é confortável. Primeiro vem o protetor, depois a maquiagem”, orienta.
6. Usar produtos vencidos ou armazenados incorretamente
Calor excessivo, frascos esquecidos no carro e produtos fora da validade comprometem a estabilidade dos filtros. É essencial observar a data de vencimento e o prazo de uso após aberto — indicado pelo símbolo do potinho com números como 6M ou 12M.
7. Acreditar que ambientes internos dispensam proteção
A radiação UVA atravessa janelas e vidros, e a luz azul de telas pode piorar manchas. Por isso, quem trabalha perto de janelas ou passa horas no computador deve usar protetor mesmo dentro de casa.
Para a dermatologista, corrigir esses hábitos é fundamental para que o Dezembro Laranja cumpra sua missão. “O autoexame regular e a consulta anual ao dermatologista são aliados poderosos. Cuidar da pele é investir em saúde”, conclui.
