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Dinheiro do SUS bancava imóveis, viagens e luxo, aponta investigação da PF

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Dinheiro do SUS bancava imóveis, viagens e luxo, aponta investigação da PF

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nessa terça-feira (16/12), a Operação Estágio IV para apurar um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos na Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau).

A investigação aponta fraudes em contratos emergenciais e no ressarcimento de procedimentos médicos pagos com verbas do Sistema Único de Saúde (SUS).

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Ao todo, foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão em Alagoas, Pernambuco e no Distrito Federal, além de medidas cautelares alternativas, incluindo o afastamento do secretário estadual de Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, por 180 dias.

As ordens foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).

A operação mobilizou 170 policiais federais e 26 auditores, além de determinar o sequestro de bens de alto valor, como veículos e imóveis pertencentes aos investigados.

Contratos emergenciais sob suspeita

De acordo com a Polícia Federal, as apurações identificaram indícios de favorecimento em contratações emergenciais firmadas pela Sesau entre 2023 e 2025, envolvendo duas empresas, uma fornecedora de material hospitalar e uma construtora. Somados, os contratos chegam a quase R$ 100 milhões, parte dos quais ainda estava em execução.

As investigações também revelaram um esquema de ressarcimentos superfaturados de consultas e procedimentos médicos que não teriam sido realizados, com prejuízo superior a R$ 18 milhões.

Apenas pagamentos relacionados a procedimentos de fisioterapia apresentaram valores considerados incompatíveis com a capacidade operacional da clínica privada envolvida.

Segundo a PF, os recursos eram desviados por meio de transferências bancárias, saques em espécie e pagamentos indiretos, caracterizando um mecanismo sofisticado de ocultação patrimonial e lavagem de dinheiro.

Imóveis, viagens e dinheiro em espécie

Parte do dinheiro público teria sido usada para a aquisição de bens registrados em nome de interpostas pessoas, incluindo familiares e terceiros. Um dos casos citados na investigação é a compra de uma pousada em Porto de Pedras (AL), em 2023, pelo valor de R$ 5,7 milhões, paga por empresários beneficiados pelo esquema.

Durante as buscas, os agentes apreenderam R$ 775.420 em espécie, além de US$ 24 mil, € 10.625, joias avaliadas em cerca de R$ 300 mil e duas armas de fogo.

 

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