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    Dólar abre em alta com serviços, Haddad e falas de dirigentes do Fed

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    O dólar operava em alta na manhã desta sexta-feira (12/12), dia no qual o mercado financeiro repercute dados sobre o desempenho do setor de serviços no Brasil e declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), abrindo caminho para uma possível saída da pasta no ano que vem.

    Nos Estados Unidos, em um dia de agenda mais esvaziada de indicadores econômicos, os investidores voltam suas atenções para falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central do país).

    Dólar

    Ibovespa

    • As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
    • No dia anterior, o indicador fechou o pregão em leve alta de 0,07%, aos 159,1 mil pontos, praticamente estável.
    • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula valorização de 0,07% em dezembro e de 32,34% em 2025.

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    Serviços

    No cenário doméstico, o destaque do dia é a divulgação dos dados do setor de serviços referentes a outubro deste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços subiu 0,3% frente ao mês anterior. Foi o nono resultado positivo seguido, período em que acumulou alta de 3,7%. Com isso, o setor está 20,1% acima do nível pré-pandemia (em fevereiro de 2020) e renova o ápice da série histórica.

    Na série sem ajuste sazonal, em relação a outubro de 2024, o volume de serviços avançou 2,2%, a 19ª taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano foi de 2,8%. Em 12 meses, alta também de 2,8%, reduzindo o ritmo de expansão frente ao acumulado até setembro (3,1%).

    A expansão de 0,3% no volume de serviços, na passagem de setembro para outubro de 2025, foi acompanhada por todas as cinco atividades, com destaque para transportes (1%). Os demais avanços vieram de informação e comunicação (0,3%); outros serviços (0,5%); profissionais e administrativos (0,1%) e prestados às famílias (0,1%).

    A média móvel trimestral foi de 0,4% no trimestre encerrado em outubro de 2025. Entre os setores, o comportamento positivo foi acompanhado por quatro das cinco atividades, com destaque para outros serviços (1,1%) e transportes (0,8%), seguidos por informação e comunicação (0,3%) e pelos prestados às famílias (0,2%). Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,0%) ficaram estáveis.

    Haddad indica saída do governo

    Outro fato que começou a mexer com o mercado nas últimas horas foi a entrevista concedida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao jornal O Globo, na qual o chefe da equipe econômica admite que pode deixar o governo no ano que vem para colaborar com a elaboração do programa de governo apresentado pela futura campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Eu tenho a intenção de colaborar com a campanha do presidente Lula, e disse isso a ele, que eu não pretendo ser candidato em 2026, mas quero dar uma contribuição para pensar o programa de governo, para pensar como estruturar a campanha dele”, disse Haddad.

    Segundo o ministro da Fazenda, a reação de Lula “foi muito amigável”. “Ele falou: ‘Haddad, você vai colaborar da maneira que você preferir. E qualquer decisão que você tome eu vou respeitar. Mas vamos conversar’”, complementou o ministro.

    O nome de Haddad é especulado como um potencial candidato nas próximas eleições, em 2026. O ministro da Fazenda é cotado para disputar uma vaga no Senado ou mesmo para a eleição ao governo do estado – que já disputou uma vez, em 2022, sendo derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Haddad tem dito, publicamente, que não pretende ser candidato nas eleições do ano que vem. Caso seja convencido a disputar algum cargo, ele terá de deixar o Ministério da Fazenda em abril de 2026, seis meses antes do pleito. Além das alternativas eleitorais, há a possibilidade de que ele participe da coordenação da campanha de Lula à reeleição.

    Em caso de uma eventual saída de Fernando Haddad da pasta, o nome natural para assumir o cargo é o de Dario Durigan, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda (número 2 de Haddad).

    Falas de dirigentes do Fed nos EUA

    Em um dia fraco em termos de indicadores nos EUA, o mercado monitora pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve (Fed), dois dias depois da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) em 2025.

    Nesta sexta-feira, devem falar os presidentes do Fed da Filadélfia, Patrick Harker; do Fed de Cleveland, Loretta Mester; e do Fed de Chicago, Austan Goolsbee.

    Nos EUA, o corte nos juros foi de 0,25 ponto percentual, acompanhando as projeções da maioria dos analistas do mercado. Agora, os juros estão no patamar entre 3,5% e 3,75% ao ano.

    Foi a terceira redução consecutiva na taxa de juros pelo BC dos EUA. Na reunião anterior do Fed, em setembro, o corte também havia sido de 0,25 ponto percentual.

    A votação não foi unânime. Stephen Miran, novo integrante do Fed, indicado por Donald Trump, votou por um corte maior, de 0,5 ponto percentual, enquanto Jeffrey R. Schmid e Austan D. Goolsbee votaram pela manutenção da taxa de juros.

    O próximo encontro da autoridade monetária para definir a taxa de juros, o primeiro de 2026, está marcado para os dias 27 e 28 de janeiro.