O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o episódio envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o diretório do Partido Liberal (PL) no Ceará não deixou “vencedores ou derrotados”. A declaração foi dada em vídeo publicado nas redes sociais, na noite dessa terça-feira (2/12), após a crise interna provocada pelas críticas públicas de Michelle a uma possível aliança com Ciro Gomes (PSDB-CE) no estado.
Assista:
E O CASO DO CEARÁ?
Acredito que muitas decisões, ou indecisões, surgem da falta de compreensão sobre temas complexos. Por isso considero essencial compartilhar informações que ajudem a orientar e fortalecer a consciência política do nosso povo.
Gravei este vídeo justamente para… pic.twitter.com/gLQJZ5GCIy
— Eduardo Bolsonaro
(@BolsonaroSP) December 3, 2025
“Não houve um vitorioso ou um perdedor neste caso. Absolutamente nada disso. Houve uma prova de que assuntos devem ser tratados de maneira interna. E mais casos como este vão se repetir. E eu espero que não sejam mais tratados de maneira pública”, disse Eduardo.
Ainda no vídeo, Eduardo mencionou que a composição eleitoral no Ceará já estava avançada. Ele afirmou que o PL apoiaria Ciro para o governo estadual em troca do respaldo dele a um nome da direita para o Senado, considerado prioridade para 2027. Segundo o deputado, trata-se de uma estratégia para fortalecer a direita em um estado dominado pela esquerda, onde o PL não tem prefeitos.
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Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro
Hugo Barreto/Metrópoles
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Eduardo Bolsonaro e Michelle posam para fotos nos Estados Unidos
Reprodução/X
Ele reforçou que o deputado André Fernandes, presidente estadual da legenda, teria recebido aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes de conduzir as articulações.
“O [deputado] André Fernandes não estava fazendo nada pelas costas, muito pelo contrário. Ocorre que uma polêmica foi gerada porque um assunto, e talvez esse tenha sido o único equívoco, não foi tratado de uma maneira interna, foi tratado de uma maneira pública. E eu confesso que eu até me coloquei no lugar do André Fernandes e me senti humilhado, de certa maneira”, declarou Eduardo.
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Críticas públicas de Michelle geraram crise
O atrito tornou-se público no último domingo (30/11), quando Michelle teceu duras críticas a Ciro Gomes em evento no Ceará. Ela argumentou que não seria possível se unir a alguém que chama Bolsonaro de ladrão e acusa familiares de corrupção.
A ex-primeira-dama também divulgou, na manhã dessa terça-feira (2/12), uma série de cortes de vídeos em que Ciro Gomes critica o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a família. As publicações motivaram forte reação dentro do partido – especialmente no Ceará, onde parte da sigla defendia apoio ao ex-governador para disputar o governo estadual em 2026.
As críticas repercutiram entre aliados do ex-presidente na Câmara e no Senado. Os filhos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro se alinharam em defesa de André Fernandes e contra a posição da ex-primeira-dama, com quem romperam publicamente na ocasião.
Recuo do PL
Com o desgaste, a cúpula nacional do PL decidiu suspender as conversas com o PSDB cearense. Em nota assinada pelo PL Mulher, presidido por Michelle, o partido informou, nessa terça-feira (2/12), que buscará uma alternativa eleitoral “que respeite os valores e princípios da direita conservadora”.
“Em função disso, as conversações que vinham sendo realizadas com o PSDB estadual estão suspensas. A estratégia a ser adotada pelo PL será definida após a análise e a aprovação, por parte da cúpula nacional e da presidência estadual do partido, das alternativas e projetos que serão apresentados pelo deputado André Fernandes”, afirmou o partido.
O senador Flávio Bolsonaro admitiu que houve “ruídos internos de comunicação”, mas afirmou que a situação está pacificada após reunião em Brasília. André Fernandes seguirá à frente das negociações no estado.

(@BolsonaroSP)