O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) avisou ao pai, Jair Bolsonaro, ainda em julho deste ano que os Estados Unidos parariam de ajudar a família caso uma “anistia light” fosse aprovada pelo Congresso Nacional brasileiro.
O aviso consta em uma troca mensagens entre os dois registrada pela Polícia Federal (PF) no relatório em que a corporação pediu o indiciamento do ex-presidente e de seu filho por tentativa de coação no julgamento da trama golpista.
O deputado Eduardo Bolsonaro
Deputado federal Eduardo Bolsonaro
Vinicius Schmidt/Metropoles
Deputado Eduardo Bolsonaro
Vinicius Schmidt/Metropoles
No relatório, a PF aponta que, no dia 7 de julho deste ano, Eduardo reclamou com o pai da estratégia articulada na época de votar um projeto de lei sem uma anistia ampla aos condenados pela tentativa de golpe em 2022.
“Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar”, disse Eduardo, referindo-se a uma postagem do presidente americano Donald Trump criticando as ações do STF.
Segundo Eduardo, o cenário de “anistia light” faria o governo dos Estados Unidos recuar na pressão sobre autoridades brasileiras, o que acabou acontecendo na sexta-feira (12/12), após a votação do “PL da Dosimetria”.
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“Neste cenário, você não teria mais amparo dos EUA, o que conseguimos a duras penas aqui, bem como estaria igualmente condenado no final de agosto. Eu acho que não vale a pena, mas te oriento a buscar conselho com outras pessoas”, disse Eduardo.
Na semana semana, a Câmara dos Deputados aprovou o chamado “PL da Dosimetria”, que reduz as penas de Jair Bolsonaro e de outros condenados pela trama golpista. O texto, porém, ainda precisa passar pelo Senado Federal.
Dias depois a aprovação da proposta pela Câmara, o governo Trump anunciou que retiraria da lista de sancionados pela Lei Magnitsky o ministro do STF Alexandre de Moraes e a esposa dele, a advogada Viviane Barci.
