O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reuniu-se, nesta segunda-feira (8/12), com líderes europeus em Londres, num gesto de demonstração de força e alinhamento político após Donald Trump tê-lo acusado de não ler a última proposta americana para pôr fim à guerra.
O encontro ocorreu após o Kremlin elogiou a nova postura mais dura de Washington em relação à Europa.
Antes das negociações em Downing Street sobre “questões sensíveis” — que envolvem garantias de segurança para Kiev e o futuro das regiões ocupadas no leste. O ucraniano afirmou que é urgente que europeus e americanos exibam “unidade” diante da agressão russa e na busca por um fim mais rápido do conflito.
“Há algumas coisas que não podemos administrar sem os americanos, coisas que não podemos administrar sem a Europa, e é por isso que precisamos tomar algumas decisões importantes”, declarou o presidente ucraniano.
What is crucial today is unity between Europe and Ukraine, as well as unity between Europe, Ukraine, and the United States. I am grateful to the leaders of the United Kingdom, France, and Germany – @Keir_Starmer, @EmmanuelMacron, and @bundeskanzler – for organizing the meeting… pic.twitter.com/BWXaodhdN3
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 8, 2025
Plano de paz revisado e pressão diplomática
Em voo de Londres para Bruxelas, onde se reunirá com líderes da Otan e da União Europeia, Zelensky afirmou que as conversas avançaram e que uma nova versão da proposta de paz — reduzida de 28 para 20 pontos — seria enviada aos Estados Unidos nesta terça-feira (9/12).
Segundo ele, os itens considerados “antiucranianos” foram removidos do texto.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, recebeu Zelensky ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, e do chanceler alemão, Friedrich Merz. “Continuamos firmemente ao lado da Ucrânia, porque o destino desse país é o destino da Europa”, disse Merz.
Mas, após a publicação da nova Estratégia de Segurança Nacional do governo Trump — documento que endurece o tom contra a Europa e altera o enquadramento da Rússia — cresce o temor de que o apoio norte-americano à defesa ucraniana esteja enfraquecendo.
E Trump, após reuniões em Miami entre emissários norte-americanos e ucranianos, afirmou estar “decepcionado” com Zelensky por supostamente não ter lido a última proposta dos EUA. Segundo ele, Moscou estaria “bem” com o plano, mas não estava “certo” se Kiev concordaria.



Zelensky e Starmer
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Zelensky e líderes europeus
Toby Melville – WPA/Getty Images
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Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
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Donbas e a cautela com Washington
“Se a Rússia iniciar uma guerra novamente, o que farão nossos parceiros?”, perguntou Zelensky. Ele disse que decisões sobre temas como adesão à União Europeia também precisam ser discutidas diretamente com o bloco.



