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    Endocrinologista lista sinais visíveis e silenciosos da diabetes

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    A diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pelo aumento persistente da glicose no sangue decorrente da produção insuficiente de insulina ou da incapacidade do organismo de utilizá-la adequadamente — condição essencial para o metabolismo dos açúcares pelo corpo.

    O reconhecimento dos sintomas de diabetes é fundamental para que o diagnóstico seja feito o quanto antes. De acordo com a endocrinologista Jamilly Drago, a doença pode avançar silenciosamente e gerar sérias complicações se não for identificada precocemente.

    “É muito preocupante quando o diagnóstico vem tarde. Muitas vezes, o paciente já está convivendo com glicemia alta há anos sem saber”, alerta.

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    O que é a diabetes e como ela se manifesta

    A diabetes pode surgir de diferentes formas, sendo os tipos mais comuns:

    1. Diabetes tipo 1: causada pela destruição das células produtoras de insulina, normalmente aparece de forma mais rápida e intensa.
    2. Diabetes tipo 2: representa cerca de 90% dos casos e tende a se desenvolver de forma lenta, muitas vezes sem sintomas claros nos estágios iniciais.
    3. Diabetes gestacional: diagnosticada durante a gravidez e pode persistir após o parto.

    A hiperglicemia (níveis elevados de açúcar no sangue) pode causar uma série de sinais e sintomas que variam conforme o tipo e a evolução da doença.

    Sintomas clássicos e sinais que não podem ser ignorados

    Existem sintomas típicos que, quando persistentes, devem levar à investigação médica e à realização de exames específicos, como glicemia de jejum e hemoglobina glicada — testes que ajudam a confirmar o diagnóstico.

    Principais sinais de diabetes

    Sintomas clássicos:

    • Sede intensa e constante (polidipsia).
    • Urinar com frequência aumentada (poliúria).
    • Fome excessiva ou, em alguns casos, perda de peso inexplicada.
    • Fraqueza e fadiga persistentes.

    Sintomas frequentemente ignorados (sinais silenciosos):

    • Infecções urinárias e de pele repetidas.
    • Visão embaçada.
    • Feridas que demoram a cicatrizar.
    • Formigamento ou dormência nas extremidades.
    • Irritabilidade, tontura após ingestão de carboidratos.
    • Sonolência depois das refeições.
    • Desejo constante por doces.
    • Dificuldade para perder peso mesmo com dieta adequada.
    • Ganho de gordura abdominal.

    Sinais na pele que merecem atenção:

    • Áreas de pele escurecida, especialmente no pescoço ou axilas — condição chamada acantose nigricans — podem indicar resistência à insulina.

    Por que os sintomas passam despercebidos?

    A endocrinologista Wanessa Stival explica que, especialmente no caso da diabetes tipo 2, “o corpo se adapta às mudanças e muita gente só percebe quando algo mais grave acontece”.

    Ela enfatiza que sinais como sede excessiva, cansaço e irritabilidade são frequentemente subestimados por parecerem “normais”. O processo silencioso pode levar ao desenvolvimento de complicações severas antes mesmo de o diagnóstico formal ser feito.

    Por isso, é fundamental dar atenção aos sinais sutis, principalmente em pessoas com fatores de risco como histórico familiar da doença, obesidade, sedentarismo e idade avançada.

    Quando procurar um médico?

    A recomendação das especialistas é clara: ao menor sinal de alerta, sobretudo se persistente ou progressivo, procure orientação médica. A realização de exames de rotina pode identificar alterações metabólicas antes que a doença avance e cause danos mais graves.

    O diagnóstico precoce não só possibilita o controle da diabetes como também ajuda a prevenir complicações que podem afetar órgãos como coração, rins, olhos e nervos. “O corpo avisa antes da diabetes chegar. Ouvir esses sinais pode evitar complicações e garantir mais qualidade de vida”, conclui Wanessa.