Como a maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido do influenciador e empresário Renato Cariani, o caso em que ele e mais suspeitos são acusados de tráfico de drogas permanecerá com a Justiça de São Paulo. As cincos pessoas são acusadas de “produzir, vender e fornecer, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, mais de doze toneladas de produtos químicos destinados à preparação de drogas”, segundo a denúncia.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), grupo também teria dissimulado “os valores provenientes dos crimes de tráfico de drogas acima noticiados, por meio de depósitos em espécie realizados por interpostas pessoas, convertendo em ativo lícito o montante aproximado de R$ 2.407.216,00”.
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Renato Cariani é empresário, fisiculturista e influenciador digital
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Em 2023, a empresa Anidrol, indústria química na região da Grande São Paulo, que tem como sócio Cariani, foi alvo de uma ação da Polícia Federal (PF).
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Renato Cariani atua como influenciador fitness nas redes sociais
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Renato Cariani foi denunciado, com mais quatro pessoas, por tráfico de drogas
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Em 2023, a empresa Anidrol, indústria química na região da Grande São Paulo, que tem como sócio Cariani, foi alvo de uma ação da Polícia Federal (PF).
Segundo a corporação, os alvos da Operação Hinsberg são suspeitos de desviar 12 toneladas de produtos químicos para produção de crack e cocaína.
As apurações à época revelaram que o esquema envolvia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas para vender produtos químicos em São Paulo, por meio de “laranjas” — que faziam depósitos em espécie como se fossem funcionários de grandes multinacionais — e vítimas que figuraram como compradoras.
A PF identificou 60 transações dissimuladas e vinculadas à atuação da organização criminosa, que totalizaram em cerca de 12 toneladas de produtos químicos — fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. A combinação corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.
Além disso, os envolvidos teriam usado diversas metodologias, segundo as investigações, para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos, com uso de pessoas interpostas e empresas fictícias.
Renato Cariani nega as acusações.
Em fevereiro de 2024, o grupo se tornou réu na Justiça de São Paulo. A defesa de Cariani procurou o STF alegando que a Justiça de São Paulo era incompetente para analisar o caso, porque a investigação que resultou na ação penal começou na Polícia Federal. Portanto, segundo a tese dos advogados, o processo deveria tramitar na Justiça Federal.
Porém, o relator do pedido, o ministro Cristiano Zanin, negou o pedido e afirmou que “com o aprofundamento das investigações, identificou-se a prática de condutas que podem configurar, em tese, os crimes de tráfico ilícito de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, cuja competência é da Justiça Estadual”.
Os ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes acompanharam o voto de Zanin, formando maioria para manter com caso em São Paulo. Ainda falta o voto da ministra Cármen Lúcia.



