A deputada federal Erika Hilton (PSol) encaminhou um ofício ao secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho Liberato de Mattos, para cobrar esclarecimentos e providências sobre uma suposta omissão de policiais civis e militares frente ao episódio de violência ocorrido em 27 de dezembro na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca. A iniciativa foi motivada por denúncias de agressões físicas e morais sofridas pelo casal Johnny Andrade e Cleiton Zanatta durante visita ao litoral pernambucano.
De acordo com o ofício, há relatos de que policiais civis e militares teriam presenciado ou sido informados sobre as agressões, sem que houvesse intervenção imediata para cessar o ataque. Diante disso, a parlamentar solicita ao governo estadual informações detalhadas sobre o tempo de resposta das autoridades, a conduta adotada pelos agentes no local e as medidas administrativas eventualmente instauradas.
No documento, a deputada relata que o episódio teve início a partir de uma divergência comercial envolvendo o aluguel de cadeiras na faixa de areia. Segundo a narrativa apresentada, após um valor ter sido previamente acordado, os turistas foram surpreendidos com a cobrança de um preço superior. Ao questionarem a mudança, teriam sido alvo de hostilidade crescente, que culminou no arremesso de uma cadeira contra uma das vítimas e em agressões físicas atribuídas a um grupo estimado entre 15 e 20 pessoas.
Erika Hilton afirma que os relatos indicam que a reação extrapolou um conflito comercial comum e sugere que a violência possa ter sido agravada por motivação homofóbica. A deputada também aponta indícios de possível omissão das forças de segurança que atuavam na região.
Além disso, a parlamentar solicita a abertura de procedimentos específicos para apurar a possibilidade de crime de ódio. Ela ressalta que a resposta institucional ao caso tem relevância que vai além do episódio individual, destacando que “a adequada apuração e resposta a episódios dessa natureza são fundamentais não apenas para a garantia de justiça às vítimas, mas também para o fortalecimento da confiança da população nas instituições de segurança pública”.
Erika Hilton acrescenta que a responsabilização dos envolvidos é essencial para preservar a imagem de Pernambuco como um destino comprometido com a segurança, os direitos humanos e a proteção de seus visitantes.
