A esposa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), Rebeca Ramagem, afirmou em suas redes sociais que teve as contas bancárias bloqueadas. Rebeca está nos Estados Unidos com o marido, que é foragido da Justiça brasileira. Após ser condenado a 16 anos de prisão, Ramagem fugiu para Miami. A família foi em seguida. Confira:
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Rebeca Ramagem afirmou, em vídeo, que é servidora pública há 22 anos, sendo 12 como delegada de Polícia Civil em Roraima e, hoje, como procuradora do Estado. Rebeca disse não responder por nenhum processo e afirma sentir-se injustiçada. “Sofri agora o absurdo de ter minhas contas bancárias bloqueadas”, ressaltou.
A esposa do deputado federal foragido atribuiu a decisão de bloqueio das suas contas ao ministro Alexandre de Moraes. “Um ato desumano e inconstitucional. Não há qualquer investigação contra mim. Vivemos num cenário de exceção em que direitos fundamentais deixam de existir. Mais um ato abusivo e violador de direitos humanos praticado por ministro do STF”, considerou. A reportagem do Metrópoles, no entanto, não teve acesso até o momento à decisão citada pela esposa de Ramagem.
Extradição
Nesta segunda-feira (15/12), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a Secretaria Judiciária remeta ao Ministério da Justiça e Segurança Pública os documentos necessários para formalizar o pedido de extradição do deputado federal Alexandre Ramagem, nos termos do Tratado de Extradição com os Estados Unidos da América.
Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão por atuar em trama golpista. O processo dele transitou em julgado em 25 de novembro, mas o deputado fugiu do Brasil. Assim, Moraes, ciente de que Ramagem está nos Estados Unidos, estabeleceu as seguintes determinações:
- À Secretaria Judiciária que remeta ao Ministério da Justiça e Segurança Pública os documentos necessários para formalizar o pedido de extradição de Alexandre Ramagem.
- Nos termos da Lei nº 13.445/2017, a documentação deve conter indicações precisas sobre o local, a data, a natureza e as circunstâncias do fato criminoso, a identidade do extraditando e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a competência, a pena e sua prescrição.
- Toda a documentação deverá ser encaminhada no original, em português, e traduzida oficialmente para o inglês, idioma oficial dos Estados Unidos da América, e acompanhada do formulário para pedido de extradição disponível no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública devidamente preenchido.
A Polícia Federal investiga como o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), saiu do Brasil.
A suspeita é que ele tenha saído clandestinamente do Brasil pela Guiana em direção a Miami, nos Estados Unidos, onde se encontra desde setembro deste ano.
No último sábado (13/12), a PF cumpriu em Manaus (AM) mandado de prisão contra Celso Rodrigo de Mello, filho do garimpeiro Rodrigo Cataratas, no âmbito de investigação que apura a suposta fuga de Ramagem do Brasil. A ação foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
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Alexandre Ramagem fugiu para os EUA em setembro, após ser condenado por tentativa de golpe de Estado
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Os detalhes da rota usada pelo parlamentar foram confirmados pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em conversa com jornalistas nesta segunda-feira (15/12). A coluna do Metrópoles, assinada por Tácio Lorran foi convidada a participar do encontro.
“A rota de fuga já parece clara: via Guiana, saindo clandestinamente, sem passar por qualquer ponto de fiscalização. Em seguida, saiu de Georgetown para Miami”, enfatizou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. O passo a passo da fuga já havia sido detalhado nessa reportagem do Metrópoles.
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Alexandre Ramagem foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 16 anos e 1 mês de prisão por participação na trama golpista. O deputado deixou o Brasil após viajar para Boa Vista (RR) e, de forma clandestina, seguir para capital da Guiana e, no país vizinho, embarcar para Miami.
Ramagem tem passaporte diplomático ativo e válido até 2027. No início de dezembro, o STF determinou o bloqueio do salário e da cota parlamentar do deputado federal.
