O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou nesta quarta-feira (10/12) que o populismo em excesso que pode marcar o ano eleitoral preocupa a indústria.
De acordo com ele, por ser um ano eleitoral, uma série de medidas populistas podem influenciar o crescimento econômico no próximo ano.
Questionado sobre a possível candidatura a presidência do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Alban se limitou a dizer que a indústria não tem o direito de ter posicionamento partidário, mas que preza por uma política industrial de Estado e não de governo.
“Qual o grau de compromisso com o Brasil de amanhã? Não é esquerda ou direita que vai fazer diferença. Não estamos preocupados com essa disputa, estamos preocupados em como ela vai ser feita”, disse ele, durante uma coletiva de imprensa para detalhar os dados do relatório Economia Brasileira 2025-2026.
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Escala 6×1
Sobre a possibilidade de discussão sobre a jornada 6×1, um dos temas a ser explorado pelo governo no próximo ano, durante a campanha eleitoral, Alban avaliou que esse não é o momento de discutir essa jornada. De acordo com ele, esse não deve ser um compromisso eleitoral.
Ele destacou que, para discutir o assunto, seria necessário que o país melhorasse a oferta de mão de obra, não apenas em volume, mas também em qualidade e adequação. “Independente da remuneração, o que mais dignifica o ser humano é a oportunidade de estar inserido na sociedade através do mercado de trabalho”, defendeu.
Ele citou, ainda, a situação da França, que de acordo com ele, é o país que mais sofre com competitividade na Europa porque foi muito agressiva nas conquistas sociais.
Alban afirmou que, se houver um programa de responsabilidade fiscal, talvez seja possível discutir a jornada 6×1 em 2027 ou 2028. Para ele, se esse tema for debatido agora, alguém terá de pagar a conta, já que a decisão não é boa para o país.
