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    Feminicídio: cidade de São Paulo bate recorde de casos em 2025

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    A cidade de São Paulo registrou recorde no número de feminicídios em 2025: foram 53 casos entre janeiro e outubro. Mesmo sem as ocorrências de novembro e dezembro, o número é o maior desde 2015, quando a série histórica foi iniciada.

    Os dados são disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) a partir de registros policiais em que o agravante de feminicídio foi incluído no boletim de ocorrência.

    Casos de feminicídio na cidade de São Paulo

    • 2025 (de janeiro a outubro): 53 casos
    • 2024: 51 casos
    • 2023: 38 casos
    • 2022: 41 casos
    • 2021: 33 casos
    • 2020: 40 casos
    • 2019: 44 casos
    • 2018: 29 casos
    • 2017: 26 casos
    • 2016: 13 casos
    • 2015 (a partir de abril): 6 casos

    Em todo o estado, firam 207 casos registrados entre janeiro e outubro. Além dos 53 casos na capital, foram 101 ocorrências no interior e 40 na região metropolitana — excluídos os dados do município de São Paulo. O aumento é de 8% no comparativo com o mesmo período de 2024, quando o estado contabilizou 191 casos.

    Lula se emociona ao comentar feminicídio no Brasil

    A violência contra as mulheres foi tema de discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta terça-feira (2/12). Na cidade de Ipojuca, em Pernambuco, o presidente participou de evento ligado a agenda do petróleo e aproveitou para comentar casos recentes de violência. Lula se emocionou durante a fala e defendeu penas mais duras para quem comete esse tipo de crime.

    “Que pena que merece um desgraçado desse? Até a morte é suave […]. O que nós estamos precisando é de lição de caráter, de dignidade, de educação, de respeito às nossas companheiras, às mulheres. Se não fossem elas, a gente nem existia”, afirmou Lula.

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    Segundo o presidente, a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, pediu que fizesse um combate “mais duro” à violência contra a mulher. Ele também citou que Janja tem chorado ao assistir a reportagens na mídia sobre o assunto recentemente.

    “Hoje, no avião, ela [Janja] pediu para mim: ‘Lula, assuma a responsabilidade de uma luta mais dura contra a violência do homem contra a mulher’”, contou o presidente, que foi aplaudido em pé pelos presentes na cerimônia.

    Lula citou casos como o do ex-jogador de basquete que deu 60 socos na então namorada e do homem que usou um carro para arrastar a ex-namorada na Marginal Tietê, em São Paulo. A mulher teve as duas pernas amputadas e segue em estado grave.

    “Cada um de nós, homens, precisamos ser o professor do outro. Cada um de nós tem de educar os nossos filhos, os nossos companheiros. Se você não está bem com sua companheira, por favor, seja grande, não bata nela, separe-se dela. Se ela não gosta de você, ela não é obrigada a ficar com você. Deixa ela cuidar da vida dela, não aprisione, não seja malvado, não seja ignorante”, ressaltou o presidente.