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    Filha de Sergio Camargo relembra sensibilidade do escultor, tema de megaexposição gratuita no DF

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    Desde a inauguração da exposição É Pau, É Pedra…, o Teatro Nacional Claudio Santoro atravessa um momento de forte simbolismo cultural e histórico. A mostra, dedicada a Sergio Camargo — um dos nomes mais relevantes da escultura brasileira do século 20 —, foi aberta ao público em 10 de dezembro e ocupa integralmente o foyer recém-restaurado da Sala Villa-Lobos, espaço que ganha novo significado ao dialogar com a obra do artista.

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    Com entrada gratuita, a exposição segue em cartaz até 6 de março e propõe ao público uma imersão sensível na produção de Camargo, em um dos cenários mais emblemáticos da vida cultural de Brasília.

    Em entrevista ao Metrópoles, Maria Camargo, filha do escultor, compartilhou lembranças da convivência com o pai, revelando um homem de humor singular e de presença marcante, ainda que atravessado por certa aura de mistério. Segundo ela, desde a infância era desafiador compreender exatamente o que Sergio Camargo fazia no cotidiano, já que sua forma de trabalhar fugia a qualquer lógica convencional. “Para mim, quando criança, era ao mesmo tempo curioso e difícil entender o que exatamente ele fazia”, contou.

    Filha de Sergio Camargo relembra sensibilidade do escultor, tema de megaexposição gratuita no DF - destaque galeria5 imagensObra expostaMais de 200 obras de Sergio Camargo estão expostas no Teatro NacionalObra expostaObra expostaFechar modal.MetrópolesObra exposta1 de 5

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    Maria relembra que o pai podia passar longos períodos em silêncio, aparentemente apenas observando a paisagem. “Às vezes, ele ficava horas olhando para uma árvore. Quando eu me aproximava, dizia: ‘Não, o papai está trabalhando’. Aquilo me intrigava profundamente: o que era esse trabalho?”, recorda.

    Maria Camargo, filha de Sergio Camargo, com a filha Clara Camargo
    José Antônio Pessoa; ex-deputada estadual do RJ Aspásia Camargo; Regina Camargo, Maria Camargo, Myra Arnaud Babenco, Clara Camargo, Augusto Camargo e Rodolfo Camargo

    Com o passar do tempo, no entanto, essas cenas foram ganhando novos sentidos, e a filha passou a compreender melhor a maneira como o escultor pensava, sentia e se relacionava com o mundo.

    Apesar dessa postura quase enigmática, a psicóloga e diretora de cinema faz questão de ressaltar que Camargo foi um pai afetuoso e presente. Maria afirma que a relação familiar foi marcada pelo cuidado e presença. “Mesmo com essa distância que podia parecer estranha para quem olhava de fora, ele foi um pai extremamente presente, amoroso e afetivo. Levo comigo apenas coisas boas dessa convivência”, conclui.

    Serviço

    Exposição É Pau, é Pedra…, de Sergio Camargo, realizada pelo Metrópoles
    Visitação de 10 de dezembro a 6 de março, no Foyer da Sala Villa-Lobos, no Teatro Nacional. Diariamente, das 12h às 20h