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    Funcionários da Enel cobram R$ 6 mil para religar luz, diz pesquisa

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    Funcionários da Enel, concessionária de energia da capital paulista e de 23 cidades da Grande São Paulo, é alvo de queixas graves nas redes sociais. Segundo um levantamento feito pela Tistto, plataforma de monitoramento de riscos digitais, circulam na internet múltiplas denúncias de cobrança de propina que chegavam a R$ 6 mil para o restabelecimento de luz.

    A região atendida pela empresa sofreu um severo apagão após a incidência de um ciclone extratropical no estado, a partir de 8 de dezembro. Por conta disso, mais de 2,2 milhões de pessoas tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido simultaneamente. Na noite desta sexta-feira (19/12), pouco mais de 15 mil clientes estavam sem luz.

    Funcionários da Enel cobram R$ 6 mil para religar luz, diz pesquisa - destaque galeria12 imagensÁrvores caem sobre carros no IbirapueraAvenida Brasil, sentido Parque do IbirapueraÁrvores caem sobre carros na zona sul de SPVentania derrubou árvores em São PauloVentania derrubou árvores em São PauloFechar modal.MetrópolesÁrvores caem sobre carros no Ibirapuera1 de 12

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    Corpo de Bombeiros recebeu mais de 500 chamados para queda de árvores. Carros, ônibus e vias ficaram bloqueados após a ventania

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    Ventania derrubou árvores na zona sul de São Paulo

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    Ventania derrubou árvores em São Paulo

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    Ventania derrubou árvores em São Paulo

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    Em nota, a empresa reiterou que a cobrança pelo restabelecimento de energia não condiz com a conduta da Enel São Paulo. A concessionária afirma que os casos conhecidos de pedido de propina, como o de um funcionário que foi flagrado exigindo o pagamento de R$ 2,5 mil, são de colaboradores de uma empresa terceirizada.

    “A Enel acionou a empresa contratada para que fossem adotadas todas as medidas cabíveis”, diz a nota.

    “Crise reputacional severa e contínua”

    O levantamento da Tistto analisou mais de 8.500 menções feitas à Enel em redes sociais e canais de notícias desde a chegada do ciclone ao estado, e revelou que a empresa enfrenta “uma crise de imagem sem precedentes”.

    O documento classifica o cenário como uma “crise reputacional severa e contínua”. O motivo não seria apenas a demora nos reparos após os fortes ventos na Grande São Paulo, mas também as acusações graves de corrupção operacional.

    A Tistto aponta que o sentimento negativo é “massivamente dominante” entre os consumidores, que expressam revolta, abandono e injustiça. O apagão, segundo a empresa que realizou a pesquisa, “gerou uma onda de críticas que ultrapassou o descontentamento operacional, atingindo o campo jurídico e institucional”.

    Além das acusações de corrupção, o levantamento aponta que consumidores ficaram entre 48h e mais de 4 dias no escuro. As consequências relatadas são graves, e incluem perda de alimentos, interrupção de atividades comerciais e risco à saúde de idosos e pessoas que dependem de equipamentos médicos.

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    Ao mesmo tempo, cresceu a desconfiança sobre a comunicação da Enel. A promessa de “1.500 equipes na rua” foi amplamente desacreditada nas redes, e diversos cidadãos relataram a ausência de técnicos em seus bairros.

    A própria Prefeitura de São Paulo, por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM), notificou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Enel pedindo explicações sobre os veículos estacionados na garagem da concessionária, enquanto mais de 2 milhões de unidades consumidoras estavam sem luz, em 10 de dezembro.

    O sentimento predominante, de acordo com a análise da Tistto, é de “raiva, frustração e indignação”. Isso fica claro com a linguagem agressiva, sarcástica e hostil adotada pelos consumidores nas redes sociais, apontou o levantamento.

    O relatório classificou ainda como “indicador crítico” o alto risco de desdobramentos como boicotes, ações judiciais coletivas e protestos físicos, como já ocorreu em diferentes regiões de São Paulo.

    Segundo a Tistto, os riscos estratégicos para a concessionária de energia são múltiplos. Na área reputacional, a marca Enel agora é associada à incompetência e corrupção, e é comparada negativamente com a antiga Eletropaulo.

    Nos aspectos jurídicos, a empresa enfrenta a ameaça de ações do Ministério Público, multas diárias elevadas e uma judicialização em massa por danos morais e materiais. “Operacionalmente, a percepção é de desorganização e falta de um plano de contingência eficaz”, apontou a pesquisa.

    Enel aponta danos na rede elétrica após ciclone

    Ao Metrópoles, a Enel reforçou que a rede elétrica da concessionária foi atingida pelo “vendaval mais prolongado já registrado na região”.

    “As rajadas sucessivas de vento perduraram por até 12 horas e afetaram severamente a rede de distribuição. Radares do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) chegaram a registrar 98,1 km/h na Lapa”, lembrou a empresa.

    A Enel destacou que as condições climáticas causaram danos na rede elétrica, atingida por quedas de galhos, árvores e outros objetos arremessados pela força contínua dos ventos.

    “Desde a manhã do dia 10, a Enel mobilizou número recorde de equipes em campo, chegando a quase 1.800 times ao longo dos dias. Também dispôs de geradores para atender a casos críticos”, finalizou a nota.