O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, triplicou para US$ 3 mil (cerca de R$ 16,7 mil) o valor pago a imigrantes em situação irregular que aceitarem deixar o país voluntariamente até o fim deste ano. A medida foi anunciada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), nesta segunda-feira (22/12) como uma “benesse” e descrita pela secretária Kristi Noem como um gesto de “generosidade” aos estrangeiros sem status legal.
“Durante a temporada de Natal, o contribuinte americano está generosamente triplicando o incentivo para aqueles que estão aqui ilegalmente deixarem voluntariamente o país”, afirmou Noem.
Segundo ela, o pagamento funciona como um “bônus de saída” e é válido apenas até 31 de dezembro.
Apesar do tom adotado pelo governo, a secretária voltou a ameaçar imigrantes ao afirmar que quem não aceitar a proposta será alvo das ações federais. “Eles devem aproveitar esse presente e se autodeportar, porque, se não o fizerem, nós os encontraremos, nós os prenderemos e eles nunca retornarão”, disse.
Publicações do DHS nas redes sociais classificam a iniciativa como uma “oferta de tempo limitado” e um “bônus para ir para casa para as festas”, reforçando o caráter temporário do incentivo. Em uma das mensagens, o órgão alerta: “Estamos riscando nomes da lista dos mal-criados. Não seja o próximo”.
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Aplicativo CBP Home
Para aderir ao programa, os imigrantes devem utilizar o aplicativo CBP Home, desenvolvido pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, que reúne serviços migratórios e passou a incluir a opção de autodeportação.
A medida ocorre em meio ao endurecimento da política migratória do governo Trump.
O republicano e seus auxiliares já sinalizaram que a repressão à imigração será intensificada em 2026. O chamado “czar da fronteira”, Tom Homan, afirmou que os números de prisões e deportações “vão explodir” no próximo ano, mesmo após 2025 registrar recorde de remoções.
Em julho, o Congresso americano aprovou um pacote de gastos que destina cerca de US$ 170 bilhões adicionais ao Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e à Patrulha da Fronteira até setembro de 2029. Os recursos permitirão a contratação de milhares de novos agentes, a abertura de centros de detenção e o aumento de parcerias com empresas privadas para localizar imigrantes sem status legal.
Desde o início do atual mandato, cerca de 622 mil pessoas já foram deportadas. Desse total, aproximadamente 41% não possuíam antecedentes criminais, além de infrações migratórias.
