Portal Estado do Acre Notícias

Investigação sobre morte em Interlagos está parada há quase 5 meses

investigacao-sobre-morte-em-interlagos-esta-parada-ha-quase-5-meses

Investigação sobre morte em Interlagos está parada há quase 5 meses

O inquérito que investiga como o empresário Adalberto Amarílio dos Santos foi encontrado morto em um buraco, em 3 de junho, perto do Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista, não é movimentado há quase cinco meses pela Polícia Civil, como consta em documento do Ministério Público de São Paulo (MPSP) obtido pela reportagem.

No documento, anexado ao processo nesta quinta-feira (11/12), o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira solicita para que informações sejam cobradas do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) “sobre a paralização do inquérito”. Além disso, na mesma manifestação, a Promotoria solicitou, para o prosseguimento das investigações, a prorrogação de mais 60 dias.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi questionada sobre a situação e, também, com relação a quais medidas serão tomadas para a continuidade da apuração do caso. O espaço segue aberto para manifestações.

5 imagensFechar modal.1 de 5

Vídeo mostra difícil resgate de corpo de empresário morto em Interlagos

Reprodução2 de 5

Laudo encontra lesões no joelho de empresário morto em Interlagos

Reprodução3 de 5

Morte em Interlagos: empresário consumiu cerveja e maconha, diz amigo

Reprodução4 de 5

Autódromo de Interlagos, na zona sul de SP

Reprodução/ Jose Cordeiro/SPTuris5 de 5

Rafael Aliste (esq.) estava com empresário Adalberto Junior (dir.), encontrado morto em obra no Autódromo de Interlagos, na zona sul de SP

Reprodução/Redes Sociais

 

Corpo encontrado em buraco

O corpo de Adalberto foi encontrado no dia 3 de junho, na Avenida Jacinto Júlio dentro de um buraco de 2 metros de profundidade e 40 centímetros de diâmetro, por um dos funcionários de uma construção que ocorria no local. Inicialmente, o trabalhador acreditou se tratar de um boneco, já que só conseguia ver o capacete do empresário. Mesmo assim, acionou a polícia.

Um inquérito então foi instaurado pelo DHPP, que investiga o caso como homicídio simples. Na ocasião, a diretora do departamento, Ivalda Aleixo, afirmou que o cadáver não tinha lesões aparentes, vestígios de sangue, ferimentos ou fraturas.

O empresário estava no buraco, dentro de um vão de uma obra, com um capacete “colocado” na cabeça e as mãos para cima, vestindo nada além de uma jaqueta e a cueca. O cadáver ainda tinha muita terra no rosto e nas mãos.

Veja:

Ivalda afirmou acreditar, assim que o caso foi assumido pelo DHPP, que Adalberto foi colocado no buraco já morto ou desacordado, pois, segundo ela, não havia sinais de que ele tenha reagido ou tentado escalar o local. A policial ainda mencionou que a vítima não estava a mais abaixo no buraco porque os braços impediram que o corpo descesse.

Leia também

Seguranças suspeitos

Apesar de não cravar a dinâmica da morte do empresário Adalberto, para a Polícia Civil a hipótese mais provável é a de que a vítima foi morta durante uma briga com um segurança que trabalhou no evento de motocicletas.

O golpe fatal teria sido um mata-leão, já que o corpo de Adalberto não tinha lesões aparentes. Laudos da Polícia Técnico-Científica de São Paulo concluiram que o empresário morreu por asfixia e tinha lesões nos joelhos.

Em uma coletiva de imprensa, realizada no dia 18 de julho, a polícia tornou público, pela primeira vez, a informação de que havia cinco suspeitos pelo crime. Todos são seguranças que trabalharam no evento onde Adalberto foi visto com vida pela última vez. Quatro deles foram conduzidos ao DHPP na mesma data.

Leia também

Além deles, um representante da empresa de segurança responsável pela segurança do evento, a ESC Segurança, também foi encaminhado à delegacia. No departamento, todos ficaram em silêncio.

Dois dos suspeitos tiveram os nomes omitidos em uma lista de 184 funcionários enviada à polícia pela ESC Segurança. O único nome divulgado pela investigação foi o de Leandro de Thallis Pinheiro, lutador de jiu-jítsu. Na ocasião, o suspeito chegou a ser preso por porte ilegal de arma, mas foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 1.804.

Segundo as autoridades, Leandro exercia um cargo de liderança entre os seguranças, sendo essencial para a operação no dia do evento. No dia seguinte ao desaparecimento do empresário, o lutador não foi trabalhar, sinal que também levantou suspeitas. A empresa, por sua vez, não reconhece o vínculo do funcionário.

Celulares apreendidos e depoimentos

Junto com os suspeitos, a polícia apreendeu celulares e computadores para apurar possíveis pistas. O DHPP realizou a varredura em ao menos seis celulares pertencentes a vigilantes de duas empresas que faziam a segurança no Autódromo naquele dia.

Além disso, o departamento solicitou a relação de seguranças para três empresas que atuaram no evento de motos durante o qual a vítima esteve e, no qual, foi vista viva pela última vez. Funcionários de duas delas foram alvo de apreensões.

Da empresa Malbork, os seguranças Alisson Silva e Leandro Silva, que são irmãos, tiveram seus aparelhos apreendidos, no dia 30 de junho. Foi quando também os celulares de Edmilson Barbosa, Paulo Júnior e dois aparelhos de Paulo Neves, da ESC Segurança, também foram alvo de um auto de apreensão.

Os aparelhos foram submetidos à perícia. No dia 10 de junho, a Polícia Civil analisou, de forma superficial e com autorização prévia, os celulares de Edmilson, Paulo Júnior e Paulo Neves. Os laudos estão anexados ao processo que investiga o caso. A ação corre sob segredo de Justiça.

Em depoimento, Paulo e Edmilson alegaram não terem presenciado e nem terem conhecimento de nenhum acontecido atípico que pudesse ajudar no esclarecimento do caso.

A defesa dos suspeitos não foi localizada e o espaço segue aberto para manifestações.

Sair da versão mobile