Na abertura 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a presença militar dos Estados Unidos no entorno da Venezuela. Na avaliação do chefe do Planalto, as movimentações “assombram” a América do Sul e uma eventual intervenção armada no país vizinho seria uma “catástrofe humanitária”.
“Passadas mais de quatro décadas da Guerra das Malvinas [da Inglaterra contra a Argentina], o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados”, disse o petista em discurso neste sábado (20/12), na cúpula de líderes, sediada em Foz do Iguaçu (PR).
“Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, prosseguiu Lula.
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Apesar de não citar diretamente o país norte-americano, a fala faz referência direta às ameaças do governo Donald Trump ao regime de Nicolás Maduro. Desde agosto, a Casa Branca tem ampliado o cerco militar na América Latina sob a justificativa de combater o tráfico de drogas na região. A ofensiva inclui o posicionamento de navios de guerra no Mar do Caribe e o bombardeio a embarcações.
Lula tem defendido diálogo para apaziguar o conflito. No início de dezembro, ele conversou por telefone com o republicano e ofereceu ajuda para mediar uma negociação de paz. Lula também falou com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro.
“Isso que eu disse ao Trump: ‘Se você tiver interesse de conversar com a Venezuela corretamente, nós temos como contribuir’. Agora, é preciso ter vontade de conversar, ter paciência. Assim, o Brasil tem se posicionado”, relatou o presidente após a conversa com Trump.
