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    Mercado de biometano estima R$ 8,5 em investimentos até 2029

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    O Brasil sabidamente possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Os investimentos históricos em geração hidrelétrica agora também contam com uma forte geração – ainda em expansão – de fontes como a eólica e a solar.

    Um entrave na transição energética, no entanto, é a dependência de combustíveis fósseis, ainda longe de ser considerada uma matriz limpa. No entanto, o mercado vislumbra uma possibilidade de transição com o biometano. “É o combustível do futuro”, atesta Pedro Maranhão, presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).

    De acordo com o executivo, os aportes previstos e assegurados para a produção de biometano em solo brasileiro serão um divisor de águas. Os cálculos da associação é de que até o final de 2026 a atual produção irá dobrar e a construção de novas usinas até meados de 2029 representarão investimentos na casa dos R$ 8,5 bilhões.

    O biometano é um biocombustível, feito a partir do processamento de biogás gerado pelo processo de decomposição dos rejeitos de aterros sanitários. A estimativa da Abrema é de que a produção atual gira em torno de 600 mil m³/dia, o que equivale a 250 mil carros abastecidos a cada 15 dias.

    “Esse é um mercado que vai crescer bem. Com o fortalecimento do programa de encerramento de lixão no Brasil gera-se um aumento de volume do aterro. Com 500 ton/dia se gira uma usina de biometano”, explica Maranhão

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    Ainda segundo ele, o grande ponto de pauta é a geração de biometano ser considerada como reciclagem no país.

    “Na COP 30, o que fizemos foi a tradução do espírito do evento, reunindo prefeitos, ministérios, empresários e firmando o compromisso das prefeituras de um lado em renovar frota de veículos para rodar com biometano e do outro os empresários de investirem. As regiões metropolitanas já tem gasodutos, caminhões para transporte. Já temos diagnóstico demais, agora é fazer acontecer”, pontuou.

    Dentre as iniciativas que a própria Abrema vem dando condução está a inserção dos processos de transformação de resíduos em energia dentro do cálculo da reciclagem no Brasil, batizado de reciclagem bio-energértica. Após passar a contabilizar os catadores informais dentro do Panorama de Resíduos Sólidos, o salto de percentual reciclado foi 3% para 8%.

    E com a entrada da parte de geração de energia/combustível, ultrapassou-se os 20% “Estamos trazendo academia para a discussão, governo, organismos multilaterais, empresas e tudo o mais, para debater a sério como ampliar essa questão da geração de energia a partir de resíduos”, disse ele.