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    Mercado pet: Cobasi e Petz esperam concluir fusão no início de janeiro

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    Quase uma semana depois da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) à fusão entre as duas empresas, Petz e Cobasi informaram que a conclusão da operação deve ocorrer no dia 2 de janeiro de 2026.

    Segundo as duas companhias, que são as maiores varejistas do país no mercado de produtos e serviços para animais de estimação, o negócio está sujeito à confirmação da implementação de todas as condições suspensivas aplicáveis.

    O que vai acontecer

    No dia 2, as ações da Petz devem ser incorporadas pela Cobasi Investimentos. Os acionistas da Petz receberão uma ação ordinária da empresa e uma ação preferencial resgatável no valor estimado de R$ 0,71 cada uma.

    Na mesma data, a Cobasi Investimentos será incorporada pela Cobasi. Com isso, os atuais acionistas da Petz terão uma participação de 52,6% na nova companhia, e os da Cobasi, de 47,4%.

    Ainda de acordo com as empresas, a parcela em dinheiro e a relação de troca são estimados, o que significa que podem sofrer ajustes, nos termos do acordo, até a data do fechamento efetivo da operação.

    A transação também vai resultar no recebimento, por parte dos acionistas da Petz, de dividendos no valor de R$ 130 milhões (ou R$ 0,28 por ação).

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    Ações na Bolsa

    No mesmo dia 2 de janeiro, as ações da Petz deixarão de ser negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3).

    Já os papéis da Cobasi passarão a ser negociados na B3 a partir do dia 5 de janeiro de 2026, sob um novo código de negociação que ainda será definido.

    Aprovação no Cade

    Apesar da aprovação, o Cade impôs condições para o negócio, entre as quais a venda de 20 a 30 unidades no estado de São Paulo (a maioria na capital paulista).

    O relator do projeto no Cade, o conselheiro José Levi, recomendou a aprovação da fusão entre Petz e Cobasi com restrições. Ele mencionou a recente aquisição da Shopper pelo iFood, chancelada pelo órgão em fevereiro deste ano, como referência para a decisão.

    “Pode não ser perfeito, mas eu sigo uma lógica que eu aprendi na academia: o ótimo é inimigo do bom. Nesse sentido, me parece bom o acordo”, disse o conselheiro.

    O voto do relator só não foi acompanhado pela conselheira Camila Alves, para quem não há segurança sobre as lojas escolhidas para serem repassadas pelas duas empresas. “Mesmo após o remédio, vamos ter quantidade importante de mercados que se mantêm problemáticos”, observou a conselheira.

    Segundo Camila Alves, a fusão entre Petz e Cobasi foi “o caso mais difícil do varejo já analisado pelo Cade”.

    Além da necessidade de venda de lojas, o Cade determinou outras medidas a serem cumpridas por Petz e Cobasi, como a restrição em cláusulas de exclusividade

    Por meio de comunicado ao mercado, a Petz informou que o Acordo em Controle de Concentrações (ACC) proposto pelo Cade estipula a venda de 26 lojas em São Paulo, o que representaria 3,3% do faturamento da companhia combinada nos últimos 12 meses.

    Em comunicado divulgado após a decisão do Cade, Petz e Cobasi afirmaram que recebem com satisfação a aprovação pelo órgão regulatório.

    Segundo as companhias, a avaliação técnica do Cade “reconhece que a operação preserva e estimula a livre concorrência no setor, em benefício direto do mercado, dos consumidores e de toda a cadeia pet”.

    A fusão

    A intenção das duas companhias de se fundirem foi anunciada ao mercado em agosto do ano passado. Desde então, o negócio repercutiu positivamente entre os investidores.

    Em janeiro deste ano, o Conselho de Administração da Petz aprovou um aumento de capital de R$ 227,8 mil, por meio da emissão de mais de 216 mil ações ordinárias.

    Segundo o comunicado ao mercado, o capital da Petz está avaliado em R$ 1,72 bilhão. O da Cobasi, em R$ 407,6 milhões.

    A receita bruta anual da nova companhia deve ser de cerca de R$ 7 bilhões. A economia de custos estimada com a fusão deve alcançar R$ 330 milhões.