O advogado-geral da União, Jorge Messias, consultou alguns ministros do STF antes de solicitar a Gilmar Mendes que reveja a decisão que restringe pedidos de impeachment contra integrantes da Corte.
Segundo apurou a coluna, Messias se aconselhou com ministros do Supremo que estão ajudando o chefe da AGU a angariar votos junto a senadores para aprovar sua indicação ao STF.
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O ministro da AGU, Jorge Messias
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O ministro Gilmar Mendes
Reprodução/TV Justiça
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O advogado-geral da União, Jorge Messias, quer cobrar US$ 3,5 milhões de Eduardo e Jair Bolsonaro
KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
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Gilmar Mendes quer mudar regras para impeachment de ministros do STF
Reprodução / Redes sociais
O indicado de Lula conversou, por exemplo, com os ministros André Mendonça e Nunes Marques. Ambos foram indicados à Corte por Jair Bolsonaro, mas estão ajudando Messias no Senado.
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De acordo com interlocutores do advogado-geral da União, ele decidiu consultar integrantes do Supremo para medir a temperatura antes de publicar sua manifestação sobre a decisão de Gilmar.
Na noite da quarta-feira (3/12), a AGU pediu a Gilmar que suspenda sua decisão até que o tema seja julgado pelo plenário virtual do STF. O julgamento está marcado para começar no dia 12 de dezembro.
Gilmar havia pedido a manifestação da AGU em setembro. Como Messias já era cotado ao STF à época, a pasta optou por não se pronunciar inicialmente, ausência registrada por Gilmar na decisão .
O despacho do decano do Supremo surpreendeu Messias. O indicado de Lula, segundo aliados, não esperava que o ministro daria uma decisão monocrática sobre o assunto antes do julgamento no plenário virtual.
A decisão, porém, veio à tona na manhã da quarta-feira, o que obrigou Messias a se pronunciar, sob o risco de senadores usarem a omissão da AGU para dificultarem ainda mais a vida de Messias.
Para aliados do indicado de Lula, a manifestação da AGU a Gilmar representa um aceno importante de Messias aos senadores, que criticaram duramente a decisão do decano do Supremo.
Por outro lado, porém, o advogado-geral da União pode ter desagradado uma ala do Supremo. Entre elas, a do ministro Alexandre de Moraes, alvo prioritário dos pedidos de impeachment.
