A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) publicou, nesta terça-feira (2/12), uma série de cortes de vídeo nos quais o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) aparece criticando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua família. Segundo ela, os posicionamentos de Ciro, ex-aliado de Lula, foram o motivo das críticas feitas por ela ao político cearense, que agora é apoiado pelo PL. Michelle prefere a candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao governo cearense e está desalinhada dos filhos do marido.
Em um dos vídeos postados por Michelle, Gomes afirma já ter sido colega de Bolsonaro enquanto ocupou uma vaga na Câmara dos Deputados, e diz que ele era um “picareta do mais baixo clero, que roubava dinheiro até da gasolina”. Ele ainda compara Bolsonaro a um ladrão de galinhas.
Já em outra publicação, Ciro afirma que todos os filhos de Bolsonaro são picaretas e acusa de “rachadinha” o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ciro ainda diz que Flávio é um ladrão e que a família não o processa, pois ele teria como provar.
Michelle também divulgou fala de Ciro Gomes sobre o episódio em que um ex-assessor do filho mais velho de Bolsonaro, Fabrício Queiroz, depositou cheques na conta de Michelle. Foram pelo menos R$ 89 mil em depósitos feitos entre 2011 e 2016. O caso chegou a ser investigado, mas acabou sendo arquivado. No vídeo, Ciro afirma que Michelle também é corrupta.
A ex-primeira-dama ainda divulgou uma nota sobre a situação, na qual afirma que: “jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família”.
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A confusão
No último domingo (30/11), a ex-primeira-dama fez críticas a Ciro Gomes durante um evento no Ceará. “É sobre essa aliança que vocês [PL] se precipitaram a fazer. […] Fazer aliança com o homem [Ciro] que é contra o maior líder da direita, isso não dá. […] A gente quer pacificar, quer ter a unidade, e a gente vê que a pessoa não levanta a bandeira branca. A pessoa continua falando que a família é de ladrão, é de bandido. Compara o presidente Bolsonaro a ladrão de galinha. Então, não tem como, não existe mais essa”, afirmou Michelle.
Acontece que, antes de ser preso, o ex-mandatário havia participado de uma agenda no estado e sinalizado dar aval para uma aliança entre a bancada cearense do PL e Ciro Gomes, para derrotar o PT no estado.
Enteados criticam Michelle
Em resposta à madrasta, o senador Flávio Bolsonaro, eleito como porta-voz oficial do pai enquanto Bolsonaro segue preso, se manifestou contra a madrasta.
“Atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora”, disse o filho mais velho de Jair Bolsonaro à coluna Igor Gadelha, do Metrópoles.
Além de Flávio, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestaram em apoio ao irmão e contra a madrasta.