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    Milhares de mulheres vão à Avenida Paulista em ato contra feminicídios

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    Mulheres de vários bairros da capital paulista e de cidades da região metropolitana de São Paulo participam, neste domingo (7/12), do ato contra os feminicídios. A manifestação, organizada pelo Movimento Nacional Mulheres Vivas, foi marcada após uma série de casos brutais chocar a população nos últimos dias e lotou os dois lados da Avenida Paulista em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

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    Ato na Paulista contra feminicídio

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    Ato na Paulista contra feminicídio

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    Ato Mulheres Vivas na Avenida Paulista

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    Ato Mulheres Vivas na Avenida Paulista

    Reprodução/Redes sociaisMulheres levam faixas pedindo o fim do feminicídio8 de 20

    Mulheres levam faixas pedindo o fim do feminicídio

    Marcelo Camargo/Agência BrasilMilhares de mulheres vão à Avenida Paulista em ato contra feminicídios - imagem 99 de 20

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    Marcelo Camargo/Agência BrasilOrganização afirma que o movimento ocorreu em pelo menos 20 estados e no DF11 de 20

    Organização afirma que o movimento ocorreu em pelo menos 20 estados e no DF

    Marcelo Camargo/Agência BrasilNo caso mais recente no DF, Maria de Lourdes, de 25 anos, foi morta pelo soldado Kelvin Barros da Silva12 de 20

    No caso mais recente no DF, Maria de Lourdes, de 25 anos, foi morta pelo soldado Kelvin Barros da Silva

    Marcelo Camargo/Agência BrasilParticipantes vestiram roxo e levaram cruzes pintadas de vermelho13 de 20

    Participantes vestiram roxo e levaram cruzes pintadas de vermelho

    Marcelo Camargo/Agência BrasilMulher com a palma da mão aberta, pintada em vermelho14 de 20

    Mulher com a palma da mão aberta, pintada em vermelho

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    Ato na Paulista contra feminicídio

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    Ato na Paulista contra feminicídio

    Jessica Bernardo/Metrópoles

    Um dos mais emblemáticos lembrados no protesto foi a tentativa de feminicídio contra Tainara Souza Santos, de 30 anos. Ela teve as duas pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por um ex-companheiro pela Marginal Tietê, uma das vias mais movimentadas da cidade. O homem foi preso e disse não conhecia a vítima.

    “Foi muito difícil receber essas notícias. Eu não poderia estar em casa hoje, vendo o meu time jogar, acomodada no sofá. Eu precisava estar aqui”, afirmou a aposentada Miriam Saques, de 69 anos.

    A servidora pública Elaine Lakeisha, 39, saiu de São Caetano, na Grande São Paulo, para participar do protesto na capital paulista.

    “Eu sou mãe de duas meninas e é por elas também que eu estou aqui”, afirmou. Ao Metrópoles, Elaine disse que é preciso mudar a cultura machista do país para que as mulheres possam viver. E que essa mudança passa pela educação dos futuros homens.

    “Temos que transformar os meninos de hoje em grandes homens no futuro para que as nossas meninas sejam livres e possam continuar vivas”.

    Eliane Dias, 44, levou o filho de 5 meses para o protesto com o mesmo pensamento. “Eu vou ensinar ele a nunca agredir uma mulher e sempre respeitar”.

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    As manifestantes, de todas as idades, levavam cartazes com os números do feminicídio e cobrando mais empenho no combate aos assassinatos de mulheres. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi criticado no evento — a segurança é responsabilidade do governo estadual.

    A cidade de São Paulo registrou recorde no número de feminicídios em 2025: foram 53 casos entre janeiro e outubro. Mesmo sem as ocorrências de novembro e dezembro, o número é o maior desde 2015, quando a série histórica foi iniciada.

    “Pauta é anistia”, diz vice-prefeito

    O vice-prefeito de São Paulo, Coronel Mello Araújo (PL), disse que, apesar o assunto dos feminicídios ser importante, a pauta deste domingo (7/12) é a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e confirmou que não compareceria ao ato contra o assassinato de mulheres.

    “A nossa pauta hoje é anistia. É o povo que está dizendo. Tudo é importante, mas a pauta hoje é anistia”.

    Mello Araújo foi quem convocou o ato em defesa da anistia para Jair Bolsonaro e os demais condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação no plano golpista. A manifestação foi esvaziada e ocupou apenas um trecho da Avenida Paulista, no sentido Paraíso, em frente ao Centro Cultural Fiesp.

    O político ainda culpou o governo federal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo recorde de feminicídios em São Paulo. A cidade registrou neste ano o maior número de casos da série histórica, com 53 vítimas até outubro.

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    Mello Araújo

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    “É um problema do país e a gente muda isso aí, basta os políticos quererem. Precisa ter lei boa. O problema é o seguinte: o governo federal, quando o presidente da República fala que traficante não é criminoso, é vítima, é isso que acontece, o crime cresce. O presidente, embora pense assim, nunca poderia falar isso porque incentiva o crime. E o feminicídio é um crime”.

    O irmão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Renato Bolsonaro, também esteve no ato e comentou sobre a indicação de Flávio Bolsonaro ao Planalto em 2026. Segundo ele, não haveria nome melhor para a disputa. Renato afirmou que, na sua avaliação, “não existe direita e esquerda, existe direita e sistema”, classificando Flávio como o único representante da direita na corrida. Ele também falou sobre Michelle Bolsonaro, que voltou a ser mencionada por apoiadores como possível liderança política. Renato disse que ela “vai entender” que o apoio deve ser integral a Flávio Bolsonaro e que, apesar da popularidade de Michelle entre a base bolsonarista, o foco do grupo deve permanecer na candidatura do senador.