Após a polêmica envolvendo o restaurante localizado no anexo do Bloco G, que servia refeições com insetos, pedaços de plástico e até uma porca metálica, o Ministério da Saúde afirmou que a situação configura “perigo físico e biológico”. A avaliação ocorreu após a constatação de falhas graves de higienização e manipulação de alimentos no Nana Café.
Segundo o Ministério, os chamados perigos físicos foram identificados durante fiscalização pela presença de corpos estranhos nos alimentos, como insetos, fragmentos de plástico e objetos metálicos. Já os perigos biológicos estão relacionados ao risco de contaminação por micro-organismos capazes de provocar doenças transmitidas por alimentos.
Ainda de acordo com a pasta, servidores relataram casos de toxinfecção alimentar após consumirem refeições no local. A condição é causada pela ingestão de alimentos contaminados e pode provocar sintomas como náuseas, vômitos, diarreia e mal-estar.
A toxinfecção alimentar ocorre quando uma pessoa ingere alimentos contaminados por bactérias, vírus ou toxinas. Entre os agentes mais comuns nesse tipo de situação estão Salmonella, Escherichia coli (E. coli), Staphylococcus aureus e Bacillus cereus.
O caso veio à tona após o Metrópoles ter acesso a um documento no qual a pasta notifica a DMI Comércio de Alimentos e Bebidas LTDA, responsável pelo estabelecimento, por irregularidades consideradas graves durante fiscalização sanitária. As falhas resultaram na suspensão do contrato do restaurante que funcionava no anexo do Bloco G.
“Foram coletadas amostras dos alimentos servidos e imediatamente enviados para análise laboratorial. Com o resultado do laudo, previsto para a próxima semana, novas medidas serão adotadas conforme o contrato. A empresa que opera o restaurante desde o dia 1º de dezembro foi contratada por meio de licitação pública, atendendo a todos os critérios e exigências do edital”, disse a nota.
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Contratos com o governo federal
A DMI Comércio de Alimentos e Bebidas LTDA, conhecida como Nana Café, já recebeu R$ 5,6 milhões em contratos de prestação de serviços firmados com o governo federal.
Desde 2015, a empresa participa de licitações públicas e atualmente mantém contratos em vigor com três ministérios: Minas e Energia (MME), Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e Agricultura e Pecuária (Mapa).
Com o MME, a Nana Café possui um contrato de R$ 146.850,60 para prestação de serviços de restaurante e lanchonete no modelo self-service — o mesmo oferecido no Ministério da Saúde antes do encerramento do vínculo. O contrato teve início em fevereiro de 2025 e segue válido até agosto de 2027.
No MGI, a empresa paga R$ 18.039,60 pelo uso de uma área de 680 m² nas dependências do prédio do antigo Ministério da Economia, no bloco K da Esplanada dos Ministérios. O contrato começou em março de 2022 e termina em março de 2026.
Já com o Ministério da Agricultura, o contrato de cessão de espaço, em uma área de 586,55 m², tem valor de R$ 17 mil. O pregão com a pasta prevê ainda a cessão de bens móveis e equipamentos da empresa.
