Um morador da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, foi baleado em uma operação da Polícia Militar (PM) na comunidade, na tarde desta sexta-feira (19/12). Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a corporação está no local para cumprimento de mandado de busca e apreensão.
“Durante a operação, houve troca de tiros e um suspeito foi atingido, sendo socorrido pela equipe do Corpo de Bombeiros. A ocorrência está em andamento”, informou a pasta no início da noite desta sexta.
O baleado não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele foi identificado como Felipe Petta, vulgo Pode, e é ex-professor de educação física.
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Felipe Petta, morador da Favela do Moinho, em São Paulo, baleado em operação da PM. – Metrópoles
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Imagem de operação da PM na Favela do Moinho compartilhada por moradores nas redes sociais
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Imagem de operação da PM na Favela do Moinho compartilhada por moradores nas redes sociais
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Imagem de operação da PM na Favela do Moinho compartilhada por moradores nas redes sociais
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“Felipe Petta, nosso morador da Favela do Moinho foi covardemente assassinado em uma nova operação da Polícia Militar, que fez do nosso território palco do terror, nesta sexta-feira”, publicou uma página de moradores do local no Instagram.
De acordo com a publicação, Felipe já havia sido abordado pela polícia nos trilhos de trem que delimitam a favela na madrugada de 8 de dezembro. Na ocasião, ele teria sido agredido e tido o cabelo raspado com uma faca.
A página também contesta a versão da SSP de que houve troca de tiros. Segundo moradores da comunidade, Felipe não tinha arma e não estava armado. Seus familiares tinham acabado de deixar a favela.
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Operação na Favela do Moinho
Moradores relatam que a operação policial teve início por volta das 16h10 desta sexta-feira. Mais de 10 viaturas do Batalhão de Choque da PM foram empenhadas para a ação.
No Instagram, a população local pedia apoio enquanto diziam estar “sitiados” com a presença de policiais fortemente armados e cães farejadores.
A favela, dita como última remanescente do centro de São Paulo, foi alvo de uma ação da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado (CDHU), que removeu os moradores para outras habitações.
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Casas sem janelas e portas viraram comuns na Favela do Moinho, que já tinha 60% das famílias removidas em setembro de 2025
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Casa descaracterizada na Favela do Moinho
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CDHU retira portas e janelas, mas entulho permanece em imóveis vazios na Favela do Moinho
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Entulho e lixo em casa descaracterizada na Favela do Moinho. Crianças usam espaços como cenários de brincadeiras
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Entulhos se acumulam em pontos onde houve descaracterização de casas
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Favela do Moinho em setembro de 2025, com mais de 60% das famílias removidas
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Moradores que permanecem no local dividem ruas com casas descaracterizadas. Na imagem, imóvel ainda ocupado tem santuário à frente
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Casa vazia após antigos moradores se mudarem
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Em algumas vielas, os imóveis vazios já são maioria na Favela do Moinho
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Casa sem janela em rua da Favela do Moinho
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Casa descaracterizada tem frase religiosa pintada na parede
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Barbearia com parede quebrada e entulho acumulado
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Buraco em parede de barbearia na entrada da Favela do Moinho é sinal de descaracterização do local
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Roupas no varal são “sinal de vida” em ruas cheias de casas descaracterizadas
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Favela do Moinho tem cerca de 900 famílias mapeadas pelo governo estadual
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Lixo em barraco onde vivia acumulador na Favela do Moinho
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Casa sem janela na Favela do Moinho
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Paredes quebradas em rua na Favela do Moinho ao lado de cartaz sobre movimento de moradores no início do ano
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A intenção do governo paulista é transformar o território onde fica a Favela do Moinho em um parque público, ou até construir uma estação de trem.
Até setembro deste ano, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) estimou que mais de 60% das famílias — 537 das 880 mapeadas — já haviam o Moinho desde o início do processo de remoção dos moradores.
