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Mortes por PMs em serviço atingem maior patamar em 5 anos em SP

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Mortes por PMs em serviço atingem maior patamar em 5 anos em SP

Policiais militares em serviço mataram ao menos 663 pessoas em todo o estado de São Paulo ao longo deste ano, segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública (Gaesp), que faz o controle externo da atividade policial no Ministério Público de São Paulo (MPSP).

O resultado parcial, atualizado até o dia 19 de dezembro, supera o número de homicídios cometidos por PMs em serviço em todo o ano de 2024, marcado por uma explosão de casos. Foram 653 mortes, quase 300 a mais do que o total de 2023 — 375. Neste ano, a quantidade de homicídios se manteve em um patamar elevado devido a 171 mortes registradas em outubro e novembro.

Mortes por PMs em serviço no estado de SP:

Tarcísio reconheceu crise na Segurança

No ano passado, a explosão do número de mortes e casos emblemáticos de violência praticada por PMs fizeram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reconhecer a existência de uma crise na corporação.

Ele chegou a falar em “redesenhar” a polícia. Nos bastidores, houve pressão para substituição do então secretário da Segurança, Guilherme Derrite (PP), mantido no cargo até o início de dezembro deste ano — Derrite reassumiu o mandato de deputado federal.

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Kaique da Silva Coutinho, conhecido como “Chip”, é apontado como autor dos disparos que mataram o soldado Cosmo, da Rota

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Soldado Samuel Wesley Cosmo, no batalhão da Rota na capital paulista

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Soldado da Rota foi o segundo PM morto no litoral paulista neste ano

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Kennedy Cosmo e Samuel Wesley Cosmo

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Policial militar de São Paulo Samuel Wesley Cosmo, soldado lotado nas Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota)

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Família pede doações a viúva e filhas de soldado da Rota morto

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Reprodução/PMSP

Em 2025, apesar da letalidade se manter em um patamar elevado, a pressão sobre a política de segurança pública de Tarcísio diminuiu. Ainda assim, a gestão teve que lidar com críticas relacionadas a vídeos em que PMs foram flagrados executando pessoas rendidas, como o morador de rua Jeferson de Souza, debaixo de uma ponte no centro de São Paulo, e o jovem Igor Oliveira, morto rendido em Paraisópolis.

Nesses casos, a Secretaria da Segurança limitou-se a dizer que “não compactua com desvios de conduta” e que os policiais envolvidos seriam investigados internamente e afastados de suas funções.

PMs de folga

Ao contrário do que ocorreu com o número de mortes cometidas por policiais militares em serviço, a parcial de 2025 indica que os homicídios envolvendo PMs de folga não deve alcançar o patamar registrado em 2024. No ano passado, foram 127, maior quantidade desde 2022. Até 19 de dezembro, o painel do Gaesp indicava 104 homicídios.

Questionada pelo Metrópoles ao longo do ano sobre episódios de violência policial, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) tem afirmado reiteradamente que “não tolera desvios de conduta” e que, todas as mortes cometidas por policiais são investigadas com acompanhamento da Corregedoria e do Ministério Público. Além disso, diz a pasta, em todos os casos são instauradas comissões para identificar “não-conformidades”.

Desarmados e baleados pelas costas

Em junho deste ano, a reportagem especial A Política da Bala, do Metrópoles, fez um raio-X sobre as mortes cometidas por policiais militares dentro e fora de serviço na cidade de São Paulo em 2024. A matéria mostrou que, das 246 vítimas, pelo menos 85 não tinham arma de fogo e que em 66% das ocorrências apenas a polícia atirou.

A análise de 143 laudos necroscópicos das vítimas mostrou que 47 pessoas foram baleadas pelo menos uma vez pelas costas, enquanto 38 foram baleadas na cabeça e no pescoço, contrariando o método de atuação ideal da PM. Foram mais de 1.700 disparos — 459 contra pessoas desarmadas — nessas ocorrências, segundo depoimentos dos próprios policiais e laudos do Instituto de Criminalística (IC).

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